Já aviso que se você for assistir O Sono da Morte, que estreou esta semana nos cinemas, esperando um terror assustador, com pulos na cadeira, e aquela sensação que tem algo se movendo ao seu lado, você vai sair decepcionado. Apesar da promessa de algo assim no trailer, o filme definitivamente não é desse tipo. Claro, tem algumas cenas assim, mas na verdade O Sono da Morte ( a tradução do título original seria Antes que eu Acorde) é mais um drama sobrenatural, uma história triste sobre perda de pessoas queridas. É bonito! E bom!
Depois da morte acidental de seu filho, o casal Jessie e Mark resolvem adotar uma criança. O escolhido é o fofíssimo Cody. O estranho (sempre há algo estranho!) é que Cody passou por várias famílias antes, que o devolveram, mesmo com ele sendo educadíssimo, doce e lindo. Só que sem que seus novos pais saibam, Cody tenta a todo custo não dormir. Isso porque os seus sonhos se transformam em realidade enquanto ele dorme. Só que ao mesmo tempo em que num momento seus sonhos podem ser bonitos e cheios de borboletas azuis, em outros eles se transformam em verdadeiros pesadelos.
Para que você tenha uma ideia do que esperar, o filme me lembrou em alguns momentos Mama ou ainda O Labirinto do Fauno. Ou seja, você até leva alguns sustos, mas não é isso que o fará lembrar de O Sono da Morte. Apesar de não ser uma grande atriz e ter um problema de falta de expressões, Kate Bosworth consegue passar a agonia dessa mãe que não hesita em fazer qualquer coisa para ter seu filho de volta. Thomas Jane continua sexy como sempre como o pai, mas o filme é todo de Jacob Tremblay. Todo mundo que se apaixonou por ele em O Quarto de Jack (e nos tapetes vermelhos das temporadas de premiações), vai simplesmente adorá-lo aqui. Não há ninguém mais fofo no cinema! Ele aqui está mais ou menos do mesmo tamanho do que estava em O Quarto de Jack porque o filme foi feito antes, mas como a produtora faliu, o destino do filme ficou em suspenso por um tempo. Ou seja, Jacob ainda não entrou naquele período difícil em que as crianças crescem e deixam de ser “uma gracinha”.
Por ele, pela bela história, pelo olhar diferenciado do diretor Mike Flannagan (também roteirista ao lado de Jeff Howard), pelo lindo e poético final sem concessões, O Sono da Morte demonstra que é um filme bem diferente no cenário cinematográfico. Eu gostei!