No ano passado, o filme O Exorcista do Papa, com Russel Crowe no papel-título, estreou nos cinemas. Eu achei fraquinho, e escrevi sobre isso aqui. Mas sinceramente nada me preparou para O Exorcismo, que estreia nessa quinta nos cinemas, também com Russell Crowe. Acho que ele anda bem interessado no tema, né? Já aviso que não se trata de uma sequência. São dois filmes completamente independentes. Este O Exorcismo inclusive foi filmado antes (em 2019), mas ficou engavetado até este ano. A razão para quem assiste é óbvia – é um sério candidato ao título de Pior Filme de 2024.
No filme, Russell Crowe é Anthony Miller, um ator com um passado turbulento envolvendo drogas. Só que agora, ele está determinado a seguir um caminho de sobriedade. Entretanto, enquanto trabalha nas filmagens de um longa de terror, seu comportamento começa a despertar preocupações, especialmente em sua filha, com quem ele tem uma relação distante. Ela teme uma recaída do pai, mas o que está por trás dessas mudanças pode ser algo muito mais aterrorizante.
O que achei?
O princípio é até interessante. O que aconteceria se um demônio dominasse um set de cinema – especialmente o ator principal. Especialmente porque o diretor Joshua John Miller é filho de ninguém menos do que Jason Miller, o Padre Karras do clássico O Exorcista. Ou seja, não deixa de ser curioso. Mas o que começa instigante – com um bom prólogo – depois se perde deixando buracos imensos no desenvolvimento da história. E na verdade, o personagem principal do filme nem é Anthony Miller. E sim sua filha Lee, feita por Ryan Simpkins, mais conhecida pela trilogia de A rua do medo.
Além do mais, O Exorcismo tem poucos momentos de terror. Trata-se muito mais de uma drama sobre um pai ausente e autodestrutivo, e sua filha que vem morar com ele porque não tem alternativa. Enquanto investiga o que está acontecendo com o pai, Lee ainda se envolve com a atriz do filme, Blake (Chloe Bailey, irmã de Halle Bailey, A Pequena Sereia) . E ainda busca ajuda com um padre (David Hyde Pearce, da série Frasier). No meio de toda essa história, ainda tem Sam Worthington (de Avatar) fazendo quase nada – é bem provável que a maioria de suas cenas tenha sido cortada na edição.
O elenco até que funciona, até Russell está bem melhor do que em O Exorcista do Papa. Mas o grande problema é o roteiro que não dá pra entender . Como exemplo, há um momento que um personagem cai pela janela – e depois reaparece. Não como um demônio, mas como ele mesmo, rsrs. Ou seja, nada faz sentido. Muito ruim!