Fiquei a semana pensando se deveria ou não escrever sobre Sicario: Terra de Ninguém, que estreou nos cinemas. O filme, dirigido por Dennis Villeneuve, de Os Suspeitos, é obviamente muito bem feito, muito bem dirigido. Mas depois de tanta coisa que a gente vê sobre mundo cão, sobre gente enganando gente, seja em telejornais , novelas etc, eu fiquei o tempo inteiro contando os minutos, esperando o filme acabar. É aquele momento onde o reconhecimento artístico e o gosto pessoal ficam brigando todo o tempo.
A história envolve drogas, domínio de cartéis e, é claro, corrupção. Quando a agente do FBI do Arizona e líder da divisão antissequestro, Kate Macer ( Emily Blunt), estoura uma “casa da morte” de um cartel mexicano, sua descoberta chocante leva a profundas consequências, tanto no nível pessoal como global. Kate é recrutada para se juntar a uma missão secreta chefiada por um agente colombiano misterioso, conhecido apenas como Alejandro ( Benicio Del Toro, que ganhou um Oscar de coadjuvante por um filme na mesma linha, Traffic: Ninguém Sai Limpo, 2000), juntamente com o agente especial Matt Graver ( Josh Brolin). Mesmo com Kate tentando convencer a si mesma de que está buscando justiça, ela é empurrada para o núcleo escuro de um campo secreto de batalhas, que tem varrido do mapa cartéis impiedosos, assassinos loucos, espiões clandestinos e milhares de inocentes.
Intenso, desconfortável, mas importante como registro de um momento que vivemos, Sicario não é um filme que eu gostaria de rever. Mesmo com a ótima atuação de Emily Blunt, sempre uma atriz incrível, e Benicio Del Toro com seu melhor momento do cinema em muitos anos. Incomoda demais. Mas isso é uma questão pessoal. Se você não se importa, assista. Verá um filme tecnicamente perfeito.
Eduardo pepe
26 de outubro de 2015 às 8:34 pm
O filme é muito bom mesmo! Elenco e direção primorosos, mas realmente ver que o burraco é bem mais embaixo N é mt confortável. Espero q Blunt seja indicada finalmente ao Oscar – devem isso a ela desde O Diabo Veste Prada.