Eu gosto de Dustin Hoffman. Acho que ele é eficiente tanto no drama quanto na comédia – amo Tootsie. E ele continua ativo mesmo com seus 84 anos completados ontem (8). Tem dois filmes em diferentes estágios de produção para estrear. O último que terminou, ainda antes da pandemia, é O Labirinto. O filme vai estrear nos cinemas nessa quinta-feira. Trata-se de uma produção italiana, co-estrelada por outro grande ator, Toni Servillo. Para quem não se lembra ele é o astro do ganhador do Oscar, A Grande Beleza. A perspectiva de ver dois grandes atores me atraiu para O Labirinto. Mas…
Bem, vamos à história. Ela é baseada no livro L’uomo del labirinto, de Donato Carrisi. O próprio Donato também dirige o filme. Aqui a adolescente Samantha é raptada a caminho da escola. Quinze anos depois, ela está no hospital, em estado de choque, com o Dr. Green ao seu lado. Juntos, eles resgatam as memórias de Samantha no labirinto. Este é uma prisão subterrânea, aparentemente sem saída. Nesse lugar, alguém forçou a jovem a jogar e resolver enigmas, recompensando seus sucessos e punindo seus fracassos. Também ansioso para resolver o mistério está Bruno Genko. Bruno é um investigador particular de talento excepcional. Ele não tem muito mais tempo de vida. Mas está disposto a resolver o caso de Samantha, seu maior desafio.
A crítica
As histórias correm paralelas. Ou seja, os dois não se encontram – só na última cena. E, estranhamente, todos falam italiano, menos Dustin e a atriz Valentina Bellé (péssima), que faz Samantha. Achei que isso teria uma explicação no final da história, só que não. A não ser que tenha sido algum momento de “pescada”. Sim, porque, já aviso, foi difícil manter os olhos abertos durante toda a história.
Donato Carrisi é um dos escritores de romances policiais de maior sucesso da Itália. Já tinha dirigido antes um filme baseado em um de seu livros, A Garota na Neblina. Foi muito elogiado ,mas eu acabei nunca assistindo (está disponível no Looke). Mas, aqui infelizmente, a história é confusa. E com suas 2h10 é extremamente cansativo – por isso, as “pescadas”. Há problemas de continuidade, e cenas contemplativas, que não servem para nada. O roteiro ainda tenta dar importância ao momento da reviravolta. Pena que para qualquer um que já viu uma boa dose de filmes de suspense, o final era mais mais do que previsto.
A paleta de cores lembra Dario Argento (Suspiria) ou David Lynch (Twin Peaks) Muito vermelho todo o tempo. Os espaços são altamente kitsch. A sala dos desaparecidos parece a sala dos rostos de Game of Thrones, rsrs. Toni Servillo está ótimo. Dustin Hoffman não tem muito a fazer, mas tem uma presença sempre forte.
O grande problema, na minha opinião, é que o roteiro pegou duas histórias que não tinham coisa alguma a ver uma com a outra. E juntou tudo fazendo um pasticcio. Para quem não sabe, pasticcio em italiano que dizer bagunça. É uma boa definição para O Labirinto.
O Labirinto do Medo
Mas, depois de tudo o que falei, você ainda quiser ver o filme (rs), tem uma sugestão boa para quem está em São Paulo. No dia 11, quarta-feira, o Petra Belas Artes vai lançar o “Labirinto do Medo no Petra Belas Artes”, um jogo em que os participantes terão que dar o seu melhor para ganhar.
Os prêmios são surpresa. Mas todos terão a oportunidade de ver o filme , que vai estrear no dia seguinte nos cinemas. O jogo funcionará como um desafio em etapas. Os participantes terão que vencer as charadas propostas e assim avançar para a sala seguinte. Cada etapa será realizada em uma sala diferente do complexo. E o público terá também a oportunidade de conhecer o backstage do cinema.
Os ingressos para o combo jogo + filme estão à venda no site da Sympla e custam R$100,00. Quem trouxer um livro (novo ou usado, mas em bom estado) no dia do jogo paga R$ 50,00. O “Labirinto do Medo no Petra Belas Artes” tem início às 19h e duração total de 1h. Após o desafio, e todos saindo vivos (rs), estarão liberados para a sessão exclusiva do filme. Sinceramente, a brincadeira parece que será bem mais legal que o filme. Rsrsrs!