Um aviso antes de tudo. Se busca um filme de terror, A Colina Escarlate, que estreou esta semana nos cinemas, não é para você. O gênero mais apropriado para descrevê-lo é o de um romance gótico. Claramente inspirado e homenageando filmes como Rebecca – A Mulher Inesquecível e Os Inocentes, Guillermo Del Toro, retoma aqui seus momentos clássicos de O Labirinto Do Fauno, A Espinha do Diabo e até Hellboy, com uma cenografia deslumbrante como parte da história. O filme não deve ser um grande sucesso de bilheteria ( é um tanto refinado demais para grande parte do público) mas com certeza é um filme para ser visto (e revisto) por quem gosta de cinema.
Na virada do século 19 para o 20, a aspirante a escritora (muito mais Mary Shelley do que Jane Austen), Edith Cushing (homenagem a Peter? Rs) fica totalmente envolvida pelo charme do baronete Thomas Sharpe (quem não ficaria quando ele é Tom Hiddleston?). Após uma tragédia, ela acaba concordando em deixar os Estados Unidos para se mudar com ele para uma mansão caindo aos pedaços no meio do nada na Inglaterra. Apesar de sempre ter sido atormentada por visões de um fantasma, o perigo parece estar presente na irmã assustadora de Thomas, Lucille. Uma vez lá dentro, a jovem começa a explorar todos os cantos da casa, e a descobrir alguns dos segredos mais aterradores…
A primeira cena, com um flashback de Edith ainda menina, é o momento mais assustador do filme. Depois disso, ele segue um caminho mais próximo da série Penny Dreadful, também maravilhosa. O uso das cores para cada personagem chama a atenção. Sempre de roupas claras, Mia Wasikowska (Edith), num papel que era de Emma Stone, foi para mim sempre uma atriz limitada, mas aqui tem um dos melhores momentos de sua carreira. Outra que normalmente não me convence, mesmo em suas atuações indicadas para prêmios, Jessica Chastain (Lucille) realmente me surpreendeu. É clara, e já foi confirmada por Del Toro, a influência de Mrs. Danvers, a governanta de Rebecca, em sua atuação.
Do lado masculino, Charlie Hunnam, como o médico amigo de Edith, mais uma vez comprova que não tem o menor carisma para o cinema, apesar de ter funcionado na TV na série Sons of Anarchy. Já Tom Hiddleston novamente conquista. Que mulher resistiria a seus olhares, às suas declarações de amor, à cena na estalagem (nossa!)? Pobre Edith, não tinha a menor chance! A melhor coisa que poderia ter acontecido ao filme foi a desistência de Benedict Cumberbatch, inicialmente contratado para o papel de Thomas. Apesar de ótimo, seria difícil convencer que as mulheres iriam enlouquecer por ele, né?
Aliás, o ator resumiu bem o contexto do filme, que é tanto sobre “o sobrenatural, como também sobre o amor. Todos querem um tipo de amor do outro que este não consegue dar em retorno. É uma interessante história de amor invertida. Eu espero que as pessoas se conectem com ele quando a noite cair, o verão terminar e os casacos começarem a ser usados contra o frio. Eu espero que isso envolva a todos no aspecto da imaginação. ”
Além de sexy, charmoso e bom ator, ele também sabe falar bonito!!