Faz tempo que o cinema anda querendo achar uma franquia para entrar no nicho que o final de Harry Potter deixou. É claro que para cada Animais Fantásticos (a sequência estreia em 15 de novembro), da mesma autora, há um monte de outros que não tiveram o resultado esperado. É o caso de O Lar das Crianças Peculiares ou Goosebumps: Monstros e Arrepios, só para citar dois. O novo filme da linha a tentar – só tentar – ser bem sucedido com esse público, é O Mistério do Relógio na Parede, que estreou essa semana nos cinemas.
A História
O filme é baseado no primeiro da série de livros de John Bellairs com o personagem Lewis Barnavelt, um garoto de 10 anos que perdeu os pais recentemente. Na história aqui, ele vai morar com seu tio Jonathan, numa casa aparentemente estranha, cheia de relógios, e como ele logo vai descobrir, com passagens e quartos secretos, além de grandes lareiras. O que o menino não tinha ideia é que seu tio e a vizinha da casa ao lado, Sra. Zimmerman, são, na verdade, feiticeiros, em busca de algo que está escondido na casa.
O filme é visualmente lindo, a mansão é super atraente, com todas aquelas coisas que a gente espera: quadros que se movem, estátuas que ganham vida, papéis que atacam pessoas, e uma das melhores coisas do filme, a poltrona que age como um cachorro. Se por um lado a direção de arte é estupenda, o filme cansa um pouco com sua intensidade, e o roteiro vai fazer você achar que já viu coisa igual antes. Nunca li os livros, portanto não posso dizer se a adaptação é fiel.
A Influência em Supernatural
Um dos produtores, e também autor do roteiro, é Eric Kripke, que você que é fã de Supernatural, vai reconhecer de nome, já que é o criador da série de enorme sucesso até hoje. Em uma entrevista à Entertainment Weekly, ele revelou o que o fato de ser fã dos livros de John Bellairs o ajudou a criar a série dos irmãos Winchester.
O Mistério do Relógio na Parede estabeleceu as regras que levei comigo para Supernatural. Regra nº 1: Não percebi até anos mais tarde, mas fiquei muito surpreso quando percebi que todo folclore e todo objeto de ocultismo mencionados no livro de John Bellairs é algo que existe no mundo real, em lendas por aí. E quando me sentei com os roteiristas de Supernatural, eu disse que todo a referência de folclore deveria existir em algum lugar. O termo é que tudo que existiria na séries teria que ser “digno do Google”.
O Diretor
A surpresa vem com o fato do diretor de uma aventura infanto-juvenil ser Eli Roth, que você conhece de O Albergue, e recentemente da adaptação de Desejo de Matar, com Bruce Willis. Reconhecido, pelo uso de sexo e violência em seus filmes, Eli foi uma escolha pouco ortodoxa para um filme da Amblin (produtora de Steven Spielberg). De qualquer maneira, como a expectativa é assustar um pouco, ele não se sai mal. O Mistério do Relógio na Parede é bem melhor que a maioria de seus filmes (o que não significa muita coisa).
O Elenco
Jack Black, como sempre, faz o papel de Jack Black, e Cate Blanchett, impõe sua classe natural como a vizinha. Mas não tem muito a fazer. É certo que a expectativa aqui é que seja o início de uma franquia. Hummm, acho pouco provável. Afinal o filme é só ok. Se bem que ele deve estrear em primeiro lugar nas bilheterias americanas esse fim de semana, já que não tem grandes competidores. Quem sabe?
As fotos são de divulgação.