Os Fantasmas se Divertem, de 1998, foi um grande sucesso. Ganhou até atração nos parques da Universal de Orlando, e seu personagem principal, Beetlejuice, virou ícone pop. Desde aquela época, há conversas sobre uma sequência. Mas só agora, 36 anos depois a coisa conseguiu se realizar. E veio com Tim Burton novamente como diretor (seu primeiro filme desde Dumbo, que foi um grande fracasso, mas eu gosto!). Quase todo o elenco também retorna, com a adição de Jenna Ortega e Monica Bellucci (que começou a namorar com o diretor durante as filmagens). Quer saber? Eu embarquei na loucura, e me diverti!
A sequência nos leva de volta à casa em Winter River onde tudo aconteceu no primeiro filme. Lá, três gerações da família Deetz se reúnem após uma tragédia inesperada. Lydia Deetz (Winona Ryder), agora adulta, é mãe da adolescente Astrid (Jenna Ortega). As duas tem problemas de relacionamento, e fica tudo mais complicado quando a mâe aceita o pedido de casamento de Rory (Jutin Theroux). É claro que no meio de tanta confusão, o portal para o mundo dos mortos acaba sendo reaberto. Esse ato inesperado traz de volta o excêntrico (para não falar outra coisa) Beetlejuice (Michael Keaton), que, mais uma vez, transforma a vida dos Deetz em um verdadeiro caos. Só que ele também vai ter que enfrentar uma ex-mulher enlouquecida que foi trazida de volta à vida ( Monica Bellucci).
O que achei?
É claro que o filme não é tão “redondinho” como o original, mas para todos os fãs é um presente. Isso porque aquele mix de terror gótico com comédia volta com toda a força aqui. O roteiro talvez dê voltas demais – idas e voltas para o mundo dos mortos. E também há personagens demais (inclusive o de Willem Dafoe). Entretanto há momentos tão mágicos, que é impossível não embarcar e se divertir. Em especial o uso da trilha sonora – simplesmente perfeita. Já logo no início, durante os créditos, é um delícia ver Monica Bellucci se “reconstruindo” ao som de Tragedy, dos Bee Gees. E há outros igualmente sensacionais, especialmente o uso da clássica do primeiro filme (Banana Boat). Isso sem contar a sequência de Soul Train e do quase casamento (não vou dizer qual é a música para não dar spoiler).
O elenco está ótimo (a não ser Winona exagerando nas caras e bocas). Jenna Ortega se sai muito bem, Catherine O’Hara é sempre maravilhosa. Só que é claro, o filme é de Michael Keaton. Parece que o tempo não passou para ele. E o ator também adora visivelmente o personagem. Tim Burton ainda resolve muito bem a ausência de Jeffrey Jones, que fazia Charles, o pai da personagem de Winona. Para quem não sabe o ator foi acusado de agressão sexual, e se aposentou. Quem conhece a história, vai se divertir ainda mais com a forma como o diretor resolveu o “problema”.
Não há a mágica do primeiro (disponível no MAX), mas é uma sequência maluca e divertida que funciona. E vai fazer você se divertir com esse Beetlejuice 2.0.