Depois da série Narcos da Netflix, Pablo Escobar voltou a ser uma figura conhecida para as gerações mais novas. Com isso, o livro autobiográfico de Robert Mazur, The Infiltrator, que aborda o caso da prisão de um grupo que prestava serviço para o traficante, se tornou um produto em potencial para se transformar em filme. E com isso, chegou aos cinemas esta semana Conexão Escobar.
Bryan Cranston é Robert, um agente do governo, que está quase se aposentando. Ele é um especialista em trabalhar infiltrado, e esta sua última tarefa é desmascarar e prender o grupo que fazia lavagem de dinheiro para Pablo. Para isso, Robert passa a conviver com as pessoas (e as famílias), ao lado de sua parceira, Kathy Ertz (Diane Kruger). Só que os problemas começam quando eles se infiltram “demais” nessa história.
A recriação dos anos 80 é boa, assim como a atuação da maioria dos atores. Desnecessário falar sobre Bryan Cranston, sempre ótimo, e uma boa razão para assistir ao filme. O grande problema é que muita coisa acontece, e em determinados momentos certas situações parecem muito abruptas. A amizade de Robert com Roberto Alcaino (Benjamin Bratt), por exemplo, é rápida demais, forçada demais para acreditar. Ao mesmo tempo, o filme aparenta demorar um pouco mais do que deveria, com suas duas horas e sete minutos.
Na verdade, isso não quer dizer que o filme seja totalmente ruim. O problema talvez é que o roteiro não fica à altura do resto da produção. Aliás, você sabia que a autora do roteiro é Ellen Brown Furman, que vem a ser a mãe do diretor do filme, Brad Furman? Que situação estranha, não? No final, a verdade é que teria sido muito melhor se a história tivesse sido filmada como uma minissérie, assim poderia explorar muito melhor todos os conflitos e situações.