Muita gente tem preconceito com filmes de guerra. Não são fáceis de ver realmente. E Dunkirk, que chega esta semana aos cinemas, após uma estreia de enorme sucesso nos Estados Unidos, vai com certeza deixar você tenso, e colado na cadeira em muitos momentos. Mas é puro cinema, um daqueles filmes que você não vai ter a menor ideia do que é, se deixar para ver numa tela pequena, ou ainda no seu laptop. Provavelmente Dunkirk estará em várias listas de melhores do ano, mas para aproveitar essa experiência como se deve, ela deve ser vista numa tela grande – de preferência enorme, num cinema IMAX.
Dunkirk começa com centenas de milhares de soldados ingleses e aliados cercados por forças inimigas durante a segunda guerra mundial. Encurralados na praia, com o mar em suas costas, eles enfrentam uma situação impossível à medida que o inimigo se aproxima. Logo se sabe que a história irá se desenvolver em terra, no mar e no ar. Aviões de combate da RAF – Força Aérea Real Britânica – assumem o combate ao inimigo no céu sobre o Canal da Mancha, na tentativa de proteger os soldados indefesos na praia. Enquanto isso, centenas de pequenos barcos conduzidos por militares e civis preparam uma ação desesperada de resgate, arriscando suas vidas numa corrida contra o tempo para salvar mesmo que uma pequena fração de seu exército.
Os efeitos e som são envolventes e por isso mesmo aterrorizantes. Por ser um filme curto (menos de duas horas), pelo menos para os padrões do diretor Christopher Nolan, ele funciona de maneira exata. A forma como o diretor também lida com as linhas de tempo em terra, mar e ar também são um destaque do roteiro (também de autoria de Nolan). O elenco cheio de grandes nomes – Kenneth Brannagh, Mark Rylance, Tom Hardy, Cirian Hinds, mas ninguém é principal. Todos têm chance para brilhar, especialmente os desconhecidos, Aneurin Barnard, Fionn Whitehead, e a grande surpresa, o músico do One Direction, Harry Styles, estreando como ator, de maneira bem competente.
Os diálogos são poucos, e é surpreendente ver como não são necessários. Não há aqueles momentos de soldados que sentam em volta de uma fogueira e se lembram de casa. Nolan cria uma realidade forte e inesperada. Interessante ver que um filme como esse veio de um homem que fez o melhor dos Batmans, e que ainda lidou com mágica e universos paralelos em outras experiências como diretor. Parabéns para ele pelo belíssimo resultado.
A Batalha de verdade
A Batalha de França começou a 11 de Maio de 1940. As divisões alemãs blindadas avançaram rapidamente através da região das Ardenas movendo-se para norte. A leste, as forças de infantaria alemãs invadiram e conquistaram os Países Baixos e avançaram rapidamente através da Bélgica, ficando as forças combinadas britânicas, francesas e belgas dividas em Armentières. Os alemães moveram-se então para norte para capturar Calais, cercando um grande número de soldados aliados contra a costa na fronteira franco-belga. Ficou claro para os britânicos que a batalha tinha sido perdida e que soldados aliados teriam que ser removidos num modo relativamente seguro para a Inglaterra antes da sua resistência a ser quebrada. A batalha de Dunkirk durou de 25 de Maio a 4 de Junho de 1940