Quando começaram as primeiras premiações da crítica lá em dezembro do ano passado, Me Chame pelo seu Nome parecia que iria levar tudo. Não só filme, como também o prêmio de ator para Timothée Chalamet. Entretanto, hoje já nota-se uma certa perda de força, especialmente com o resultados do Globo de Ouro e do Critics Choice, onde ele não ganhou prêmio algum. Mas agora é esperar pelo dia 23, quando sairão as indicações ao Oscar para ter uma ideia de qual serão as reais chances do filme, que estreia esta semana no cinemas.
Me Chame pelo seu Nome é baseado em um livro de Andre Aciman, com o roteiro do premiado diretor James Ivory, indicado três vezes ao Oscar. A história se passa durante o verão de 1983 no norte da Itália. Elio Perlman (Timothée Chalamet), um rapaz de 17 anos, passa os dias na villa do século 17 de sua família, transcrevendo e tocando música clássica, lendo e flertando com sua amiga Marzia (Esther Garrel). Um dia, Oliver (Armie Hammer), um lindo estudante de pós-graduação, chega para ajudar o pai de Elio, como o aluno-visitante anual de verão. Num deslumbrante cenário, Elio e Oliver descobrem o despertar do desejo ao longo de um verão que mudará suas vidas para sempre.
No livro, a história é contada em flashbacks, mas o diretor Luca Guadagnino preferiu se concentrar na história da descoberta do amor entre os dois, para mais tarde fazer uma sequência. O filme é sexy, apesar de não ter nenhuma cena explícita, é romântico, e lindamente fotografado. Mas também é contemplativo, o que faz que em alguns momentos as duas horas e doze minutos sejam sentidas. Também, é claro que há muitas cenas de sedução, beijos, uso de pêssegos, e amor romântico entre dois homens. E se você se incomoda com isso, é melhor não ir ao cinema.
O dois atores estão ótimos. Chalamet, obviamente, tem mais chance de brilhar pois Elio é o personagem central da história. Mas Armie Hammer surpreende como Oliver, que tenta a todo o momento fugir de uma atração irresistível. Só que não é possível falar do filme sem mencionar o ator que faz o pai de Elio, Michael Stuhlbarg. Você provavelmente já o viu em vários filmes – Doutor Estranho, por exemplo – mas seus olhares, e principalmente sua conversa com o filho quase no final do filme, proporcionam momentos brilhantes. Tudo isso vale a ida ao cinema.
O filme, produzido pelo brasileiro Rodrigo Teixeira, já ganhou o prêmio Gotham de melhor filme, entre outros, e concorre a vários BAFTA e Independent Spirit. Neste domingo (21), Timothy Chalamet está na disputa do SAG’s de melhor ator.