Muita gente idolatra os filmes de Christopher Nolan. Gosto de alguns, não todos, mas admiro muito a trilogia do Cavaleiro das Trevas. Fui assistir Interestelar há duas semanas na sessão para a imprensa, sem saber exatamente o que esperar. Só que realmente não esperava o que encontrei no cinema. Num futuro próximo, uma praga vem assolando todas as plantações e o mundo corre o risco de ficar sem comida. A NASA trabalha na clandestinidade e chama o ex-piloto, hoje fazendeiro, Cooper (Matthew McConaughey) para uma missão no espaço para achar um outro planeta para que a humanidade possa habitar. Antes de embarcar nessa viagem, com uma equipe da qual faz parte a Doutora Brand (Anne Hathaway), ele promete à filha Murphy (Mackenzie Foy, de Crepúsculo, e depois Jessica Chastain na fase adulta) que voltará para ela. Só que é claro, vários problemas acontecem no meio do caminho.
Os dramas familiares são um ponto alto da história. Todos os atores estão bem, especialmente Matthew (repare a cena em que ele se emociona ao ver mensagens dos filhos na tela, impossível não chorar junto). Mas no meio de tudo isso, existem as discussões sobre gravidade, lógica e fundamentos da física, que realmente soam chatíssimas para aqueles que não são envolvidos com o assunto (nunca fui boa aluna nessa matéria). Isso faz, em minha opinião, o filme parecer longo demais, com seu 169 minutos. Me fez lembrar uma nova versão de Contato (também com Matthew no elenco). Nos dois casos, houve assessoria do físico Kip Thorne.
O filme estreou simultaneamente nos Estados Unidos e no Brasil. Apesar dos números finais daqui ainda não terem sido divulgados, é extremamente provável que ele tenha dominado as bilheterias. Afinal, a única concorrência era o nacional Made in China. Nos Estados Unidos a história foi um pouco diferente. Operação Big Hero, o novo desenho da Disney, estreou junto. E ficou em primeiro lugar nas bilheterias. A diferença foi pequena, é verdade. 56 milhões de dólares contra 50 de Interestelar (52,5 contando as pré-estreias). Belo número certo? Mas foi a primeira vez desde Insonia que um filme de Christopher Nolan não estreou em primeiro. Além disso, Gravidade, filme na mesma linha ( na minha modesta opinião, infinitamente melhor) estreou com números mais altos. Mas já é a melhor estreia de um filme estrelado por Matthew MacConaughey (ultrapassando Magic Mike).
O certo é que o filme é um sucesso mas esperava-se mais dele (pelo histórico do diretor). Ainda mais porque os custos de marketing e produção devem ter ficado por volta dos 300 milhões de dólares. A expectativa é que ele termine com uma bilheteria mundial por volta dos 500 milhões de dólares.