A primeira impressão é de uma cópia descarada de Alice no País das Maravilhas. Baseado no livro The Nutcracker and the Mouse King, O Quebra-Nozes e os Quatro Reinos é uma elaborada produção. Afinal, o visual é lindo e bem cuidado. Mas faltou história, faltou humor, faltou vida para contar essa aventura de uma jovem que perdeu a mãe recentemente. Uma pena!
Clara, uma jovem esperta e independente, perde a única chave mágica capaz de abrir um presente de valor incalculável, que lhe foi deixado por sua mãe recém-falecida. Para recuperar essa chave que possibilitará que ela veja a última mensagem de sua mãe, Clara decide então iniciar uma jornada de resgate. Isso a levará a diversas descobertas pelo Reino dos Doces, o Reino das Neves, o Reino das Flores e o sinistro Quarto Reino.
O interessante é que a direção é de um maravilhoso profissional, Lasse Hallstron, de filmes como Chocolate e Regras da Vida. Mas Lasse não pôde participar das filmagens adicionais. Joe Johnston, do Jumanji clássico e Capitão América: O Primeiro Vingador, assumiu então essa parte. Os dois assinam a direção do filme. Só que nem mesmo essas duas feras conseguem envolver o espectador. Especialmente as crianças, já que lá pelo meio da história, há cenas de balé e um ritmo arrastado, que dificultam a atenção dos pequenos.
A famosa música de Tchaicovsky só aparece na cena final. E o elenco também tem problemas. Mackenzie Foy, que fez a filha de Edward e Bella na saga Crepúsculo, é linda, mas completamente sem sal. Acaba sendo difícil torcer por ela. Atores como Morgan Freeman, Helen Mirren, Matthew Macfadyen tem poucas chances. A única que se sai melhor é Keira Knightley (aliás, é o primeiro nome do elenco). Como Sugar Plum com seu cabelo cor de rosa, ela consegue divertir.
De qualquer maneira, na sessão para imprensa, uma jornalista ao meu lado disse ao final que era o filme mais lindo que ela já havia visto. Posso concordar com a parte visual – é realmente de tirar o fôlego. Mas só isso!
As fotos são de divulgação.