fbpx
Conecte com a gente

Olá, o que você está procurando?

Cinema

O retorno dessas inesquecíveis e Adoráveis Mulheres

Eu sou grande fã da história de Adoráveis Mulheres. Li o livro, vi as outras versões para o cinema – de 1933, de 1949, de 1994 – além da minissérie de 2017, com Maya Hawke como Jo. Então estava com grande expectativa para ver esse novo filme que estreia nesta quinta nos cinemas. É uma bela produção, que chegou com pretensões altas na Temporada de Premiações. Quem conhece a história de cor e salteado como eu, vai gostar. Os demais, podem ter algumas ressalvas.

Para quem nunca viu os filmes, nem leu o livro de Louisa May Alcott, Adoráveis Mulheres conta a história das irmãs March. Jo (Saoirse Ronan), Beth (Eliza Scanlen), Meg (Emma Watson) e Amy (Florence Pugh) amadurecem na virada da adolescência para a vida adulta enquanto os Estados Unidos atravessam a Guerra Civil. Com personalidades completamente diferentes, elas enfrentam os desafios de crescer unidas pelo amor que nutrem umas pelas outras, ao lado de sua mãe, Marmee (Laura Dern) e de seu vizinho e amigo Laurie (Timothée Chalamet).

Os tempos mudam

Há muita gente que conheço que é contra refilmagens. Eu discordo. Creio que a cada época o cinema fala com uma geração ao contar uma certa história. É improvável que a maior parte da audiência de hoje conseguisse embarcar na versão de 1949 de Adoráveis Mulheres – que se chamava Quatro Destinos. A linguagem, a forma de contar a história, as atrizes, tudo mudou. Não estou entrando aqui em qual é melhor ou pior, apenas qual é aquele que terá penetração com um novo público. A personagem de Jo March sempre foi uma feminista, sempre foi audaciosa, mas tudo conforme o seu tempo. A Jo de hoje, de Saoirse Ronan, pode ser muito mais feminista do que a Jo de June Allyson de 1949. E por consequência, falar mais com a mulher de hoje.

As quatro Jo March do cinema: Katherine Hepburn, June Allyson, Winona Ryder e Saoirse Ronan.

Dito isso…

Como produção, Adoráveis Mulheres é impecável. Maravilhosa direção de arte, figurinos, fotografia, ótimos atores. Além do elenco principal que já citei, ainda têm Meryl Streep (Tia March), Chris Cooper (Mr. Laurence), Tracy Letts (Mr. Dashwood, o editor), Bob Odenkirk (Mr. March), James Norton (John Brooke), e até o francês Louis Garrel como o alemão professor Bhaer. Todos muito bem, assim como as atrizes principais. Não sou grande fã de Saoirse, mas tenho que reconhecer que como Jo, ela tem o seu melhor momento.  Só que a grande descoberta, aquela que realmente brilha no filme, é Florence Pugh. Com certeza, é a melhor Amy que já vi.

Mas, é claro, esse novo Adoráveis Mulheres têm seus probleminhas. A diretora Greta Gerwig optou por fazer uma narrativa não linear. Ou seja, o tempo vai e volta. E para quem não conhece a história, a única maneira de saber a época em que está  é o tamanho do cabelo de Jo. Com isso, a nova audiência da história pode ficar confusa, especialmente na parte da morte de um dos personagens.

Além disso, Greta também optou em ir mais além onde os outros filmes terminaram – “suas mãos não estão mais vazias”. Ela adicionou mais cenas, ressaltando o lado progressista de Jo, como uma mulher à frente de seu tempo. Os puristas vão se incomodar. Confesso que achei bonito, mas os finais das “mãos”  dos filmes anteriores são simplemente superlativos. Mas é assim, são novas escolhas , de novos tempos. Entretanto, me deixaram com vontade rever a versão, também maravilhosa, com Winona Ryder e Gabriel Byrne no caminho no meio da chuva novamente.

 

Clique para comentar

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Últimas Notícias

Streaming

Essa semana não consegui fazer o vídeo da semana por causa das férias. Mas aqui estão as dicas de estreias dessa semana no streaming...

Streaming

Há algumas semanas, todo mundo comentou o comercial do NuBank com Matt LeBlanc. E eu fiquei aqui pensando como a série Friends ainda é...

Moda

Eu acabei não assistindo Wicked, que estreia essa semana nos cinemas pois já estava viajando quando houve a sessão para a imprensa. Estou muito...

Cinema

Quando a gente pensa em Hugh Grant, logo lembramos do cara charmoso das comédias românticas. Mas Hugh vem tentando diversificar a sua carreira nos...

Streaming

A Profecia, filme lá dos anos 70, é um dos mais aterrorizantes que já vi. Mostrava a história de m garotinho que é adotado...

Você também pode gostar de ler

Streaming

Tem muita coisa boa que vai estrear, e não está nem na Netflix e nem na Prime Video (continuo sendo partidária do rodízio de...

Streaming

Only Murders in the Building é uma de minhas séries atuais favoritas. É um prazer esperar cada semana por um episódio de humor inteligente,...

Streaming

Histórias sobre romances de mulheres mais velhas com jovens mais jovens tem cada vez mais descoberto espaço em Hollywood. Acho que descobriram que esse...

Streaming

O mês dos lançamentos da Netflix  em outubro está bem fraquinho. Tem algumas coisas (O Poço 2, O caso dos Irmãos Menendez) que eu...

Cinema

Os Fantasmas se Divertem, de 1998, foi um grande sucesso. Ganhou até atração nos parques da Universal de Orlando, e seu personagem principal, Beetlejuice,...

Streaming

Only Murders in the Building é uma de minhas séries atuais preferidas. É provavelmente a mais inteligente de todas. O roteiro, que tem a...

Streaming

Resolvi aproveitar o gancho dos aniversários de Emma Thompson e Emma Watson (que trabalharam juntas em A Bela e a Fera) para homenagear todas...

Cinema

Mais de dois anos depois, a segunda parte de Duna chega aos cinemas nessa quinta. Duna : Parte 2 é mais grandioso, e tem...