Não conheço muito sobre o cinema sul-coreano. Mas no último mês, vi dois filmes excelentes e muito diferentes entre si, que estrearam no Brasil e chamaram minha atenção positivamente. Tanto Invasão Zumbi, um misto de terror e suspense, quanto o drama A Criada, que estreou hoje, devem ser vistos.
A Criada é um drama, com algumas cenas até engraçadas, mostrado em três atos, que se passa no início do século passado. Um conde viúvo quer se casar com uma jovem herdeira de uma grande fortuna, que mora com seu tio em um casarão isolado. Para atingir seu objetivo, ela infiltra uma jovem na casa para ser a criada da moça. Assim ela poderá ganhar a confiança de sua patroa para convencê-la que deve aceitar a corte do conde. Só que nada é exatamente o que parece à primeira vista. Cada ato do filme é o ponto de vista de um desses três personagens. E a cada um deles a história prossegue com uma mudança surpreendente.
A fotografia e a direção de arte (premiada em Cannes) são estupendas. O filme tem cenas realmente sensuais que poderão deixar algumas pessoas desconfortáveis, mas que são lindamente filmadas, com extremo bom gosto. O diretor já havia abordado um triângulo um tanto diferente em Segredos de Sangue, que fez em Hollywood com Nicole Kidman. Aqui, o segundo ato mantém uma espera angustiante que talvez fique um pouco além da conta. Se não fosse por isso, seria realmente perfeito
A Criada ganhou vários prêmios da crítica, mas não conseguiu ficar no grupo dos semifinalistas para concorrer ao Oscar de filme estrangeiro deste ano. Uma pena, merecia!