Há muita gente que ama histórias sobre a corrida espacial e a chegada do homem à Lua. Esses, com certeza, vão gostar muito de O Primeiro Homem, que chega essa semana aos cinemas. É o primeiro trabalho de Damian Chazelle depois do Oscar de La La Land e o reúne de novo com Ryan Gosling. No filme, Ryan é o primeiro homem a pisar na Lua, Neil Armstrong. A história aborda tanto o lado pessoal da vida de Armstrong – sua relação com os amigos e a família – como também o lado profissional, com o brilhantismo que o faz ser o escolhido para a missão de chegar à Lua.
O filme parece quase um documentário, um objetivo claro de Chazelle. Ele começa com uma situação de um possível erro de Armstrong, que consegue retornar à Terra apesar de tudo. Em alguns momentos é possível perceber cenas reais intercaladas com as de ficção. Tudo obviamente muito bem feito, e como é um filme de Chazelle, com uma trilha sonora poderosa.
Mas há um problema. Com duas horas e 21 minutos, o filme é longo demais. As descrições de momentos no espaço levam mais tempo do que necessário, começando pela sequência inicial. Gosto muito de Chazelle, mas achei que este é o seu filme mais fraco, apesar de bem intencionado. E apesar de muita gente defender o fato que Neil Armstrong era um homem que não demonstrava emoções, eu realmente estou um pouco cansada de Ryan Gosling, que faz tudo sempre igual. Neil aqui não é muito diferente de Sebastian de La La Land, mesmo que os dois personagens não possam ser mais distantes.
Com isso, realmente quem brilha é Claire Foy, de The Crown, como a esposa de Armstrong. Forte, poderosa, ela é a fortaleza do herói. E além do mais, a atriz optou por usar pouquíssima maquiagem, mesmo em closes bem fechados. Só isso, já lhe valeria um prêmio. mas ela é muito mais. Já é minha aposta para um indicação ao Oscar de atriz coadjuvante.
É claro que o filme dá grande ênfase ao momento mais importante, a chegada à Lua. Sim, é emocionante. Mas também gerou sua fatia de controvérsias. Depois da exibição no festival de Veneza, muita gente reclamou da ausência da cena em que Neil coloca a bandeira norte-americana na Lua. Chazelle disse que ” isso transcende países e fronteiras…E eu creio que foi considerado por muitos no final como uma conquista humana e é como nós escolhemos mostrar. Eu também acho que Neil foi extremamente humilde, assim como muitos desses astronautas. Várias vezes ele tirou o foco de si mesmo para as 400 mil pessoas que tornaram a missão possível. Eu posso ter um viés cognitivo, mas não acho que Neil se visse como um herói americano. Em minhas entrevistas com sua família e pessoas que o conheceram, parecia exatamente o oposto. E nós queríamos que o filme refletisse Neil.”
As demais fotos usadas são de divulgação.