Tommy Lee Jones tem uma personalidade que normalmente se reflete em todos os seus papéis no cinema. Ele é sempre aquele personagem mal-humorado, ríspido, invocado. Mas que no final tem um coração de ouro (pelo menos os personagens são assim. Ele, já não sei…). Agora, volta a repetir-se em Dívida de Honra, que estreou este fim de semana nos cinemas. Só que dessa vez, o filme sai ganhando…
Tommy Lee é também o diretor aqui, além de ator principal. Mas o filme tem um olhar surpreendentemente feminino. Na época do velho oeste, Mary Bee Cuddy (Hillary Swank, ótima!) é uma mulher que sabe se cuidar sozinha, com seu próprio rancho. Isso, entretanto, a deixou com muitas marcas (a cena do piano é tristíssima). Como uma pessoa determinada que é, Cuddy resolve ajudar três mulheres da pequena cidade, que enlouqueceram (Mamie Gummer, Miranda Otto e Sonja Richter), levando-as para uma outra cidade. Só que ela vai ter que atravessar todo o oeste selvagem (mesmo). Por isso, após salvar um homem, Mr. Briggs (Tommy Lee Jones), de ser enforcado, ela o “pressiona” para ir junto para ajudar.
É claro que os diálogos entre Hillary e Tommy Lee são a melhor parte. Mas é preciso ressaltar a forma como é mostrada a evolução das três mulheres loucas. Também a surpresa com relação a uma escolha da personagem principal. Turner pode ser um dos protagonistas mas está cercado de mulheres incríveis, mesmo aquelas com participações bem pequenas.
Falando nisso, o filme traz vários atores conhecidos em papéis menores: Meryl Streep, John Lithgow, James Spader, William Fichtner, Hailee Steinfield. Todos ótimos, fazendo parte de um belo mas triste filme, que deve ser conhecido.
Abaixo, uma foto da premiere do filme no Festival de Cannes