Eu gosto bastante do primeiro filme de Animais Fantásticos. Acho que é uma boa produção, apresenta de maneira bem-sucedida os personagens, termina com um belo cliffhanger, inclusive com a presença de Johnny Depp. Dito isso, eu devo dizer que estava entusiasmada para ver a continuação, Animais Fantásticos e os Crimes de Grindelwald, que vai estrear essa semana nos cinemas. Além da chegada de Jude Law como Dumbledore, acenava com temas mais próximos ao universo de Harry Potter. Por mais que muita gente tenha reclamado da escolha de Johnny Depp, seu Grindelwald parecia ser uma figura interessantíssima. E ainda a aparição de Leta Lestrange (Zoe Kravitz) sugeria que um triângulo amoroso se formaria com Newt Scamander e Tina.
Tudo isso acontece, mais ou menos, mas o resultado é tão confuso, com tantos personagens entrando e saindo de cena, que ao final você não tem bem certeza do que aconteceu.
Um tempo se passou desde que Newt deixou Nova York, e voltou para Europa. Agora, num estilo de introdução a la 007, o filme mostra que o terrível bruxo das trevas Gellert Grindelwald (Johnnny Depp) escapou da custódia da Macusa (Congresso Mágico dos EUA) e foi também para lá. Seu objetivo é reunir seguidores, dividindo o mundo entre seres de magos sangue puro e seres não-mágicos.
Então é tempo de Newt reencontrar seus queridos amigos Tina Goldstein, Queenie Goldstein e Jacob Kowalski. Mas, além disso ele vai receber de seu antigo professor em Hogwarts, Alvo Dumbledore, a tarefa de não só encontrar Grindelwald, mas também localizar Credence. Sim, apesar de todos acharem que ele havia morrido no final do primeiro filme, não foi esse o caso. Credence está vivinho, com uma namorada oriental, e ainda é visto como a chave para Grindelwald conseguir dominar o mundo. Isso sem contar a aparição de Leta Lestrange, agora noiva do irmão de Newt, Theseus, que também persegue o bruxo do mal. Ah, eu já mencionei que Nicolas Flamel, o alquimista, também aparece na história?
Ufa! Dá pra perceber que esse é o grande problema do filme, não é? Muita gente, muitas histórias paralelas, que acabam deixando a história confusa. Há um momento que tem tanta gente correndo de um lado pra o outro que você não lembra mais qual o objetivo. E ainda, há uma revelação no final do filme, que fica sem explicação – como isso foi descoberto? De onde saiu isso?. Você fica olhando para o lado e pergunta para seu colega jornalista, é isso mesmo? E ele responde, sei lá! Rsrs!
É claro que o filme é visualmente lindo – apesar de uma certa insistência de closes forçados. A reconstituição de época, os figurinos, os animais fantásticos, tudo é maravilhoso. Mas nada disso adianta se o roteiro parece uma árvore cheia de penduricalhos, onde uma coisa não conversa com a outra.
De qualquer maneira, Eddie Redmayne definitivamente encontrou com seu tom com Newt. Já Jude Law traz uma certa dignidade simpática condizente com o jovem Dumbledore,. E, sim, Alison Sudol continua sendo a melhor do elenco. Johnny Depp, bem Johnny Depp continua sendo ele mesmo, só que dessa vez com uma lente de contato e um cabelo branco. Não compromete, mas também não surpreende. Ah, também há algumas cenas de longe mostrando os adolescente Dumbledore e Grindelwald. Veja se reconhece quem é o jovem Grindelwald? É ninguém menos do que o fraquinho Jaime Campbell-Bower, de Instrumentos Mortais: A Cidade dos Ossos e da saga Crepúsculo.
É claro que o filme vai fazer um dinheiro enorme no mundo inteiro. Afinal, os fãs não vão querer perder. Mas fica um certo gosto de decepção no final, por algo mais emocionante, mais direto, especialmente para as crianças. De qualquer maneira, essa é apenas a segunda aventura desse universo de Newt Scamander. Mais três estão programadas, aquilo que deverá culminar com a famosa luta entre Dumbledore e Grindelwald. Espero que tenham roteiros melhores…