O Destino de Júpiter, que estreia este fim de semana nos cinemas, é um daqueles filmes que ou você gosta ou você detesta. Não tem meio termo. Isso porque é um filme de extremos. Uma das coisas que me veio à mente é que se fosse um gênero musical, seria o tecnobrega (aquele da Gaby Amarantos). Isso porque ele tem tanta cor, tanto brilho e fala tanta coisa, que a princípio parece um tanto estranho. Mas depois de alguns minutos, você acaba “embarcando” e se divertindo muito com aquilo. Eu gostei e me diverti (e também gosto de Gaby Amarantos…)
Tudo começa com a história de Jupiter Jones (Mila Kunis, num papel que era para ser de sua companheira de Cisne Negro, Natalie Portman, que desistiu). Depois de seu pai ser assassinado na Rússia, sua mãe foi para os Estados Unidos com o bebê. O tempo passa, Júpiter vira adulta e as duas vivem com a família, fazendo faxina para sobreviver. Quando uns ET´s tentam matá-la, ela é salva por um cara estranho mas muito charmoso, Caine (Channing Tatum). É neste momento que ela começa a descobrir que faz parte de uma realeza interplanetária. Aliás, seus membros lembram bastante o pessoal de Game of Thrones, com planos mirabolantes para matar os oponentes e conquistar cada vez mais poder. O pior deles é Balen (Eddie Redmayne, candidato ao Oscar por A Teoria de Tudo).
O filme é dirigido pelos irmãos Wachowski, Andy e Lana (ex-Larry), responsáveis por um clássico da ficção científica, a trilogia Matrix. E que, com certeza, não poderia ser mais diferente de O Destino de Júpiter. Mas os irmãos são experts em ficção científica e sabem fazer a coisa funcionar mesmo em linguagens tão opostas.
Fazem várias homenagens e citações. Quando Júpiter e seu grupo começam uma maratona de visitas a lugares para registrá-la como realeza, é óbvia a lembrança de Brazil – O Filme, de Terry Gillian (que aliás faz uma simpática – só que não – participação na cena). Já que falamos em Game of Thrones, o filme traz ainda uma participação do próprio Ned Stark, mais conhecido como Sean Bean (rs), como o soldado escondido na Terra.
Os dois astros principais, Mila Kunis e Channing Tatum, estão bem distantes aqui de uma indicação para o Oscar. Mas a relação dos dois funciona e você é convencido da atração e admiração que acontecem entre os dois.
Como a estreia do filme foi adiada, do último verão americano para o não tão popular início de fevereiro, muita gente esperava pelo pior. Não é o caso. Boas cenas de ação, uma história que prende a atenção, um figurino fora do comum (o vestido do casamento me lembrou O Homem que veio de Longe, com Elizabeth Taylor – veja abaixo) e alguns momentos bem divertidos. Valeu!
Eliane Munhoz