Dois Lados do Amor é um filme com um conceito bem original. Inicialmente, o diretor e roteirista Ned Benson o planejou como dois filmes diferentes. Um que contava o ponto de vista da mulher (Her) e outro que mostrava o ponto de vista do homem (Him). Os dois filmes particiaparam do Festival de Toronto, receberam vários elogios e foram exibidos nos cinemas americanos. Depois disso, ele resolveu voltar à mesa de edição e contar a história do casal (Them), que foi mostrado em Cannes. É este que está atualmente em cartaz nos cinemas, com James McAvoy e Jessica Chastain como o casal em crise.
O ponto de partida é a história de um casal que, apesar de claramente apaixonado, está separado depois que a mulher, Eleanor Rigby, tenta se matar. Sim, a base da inspiração do roteiro é a personagem da música dos Beatles. O motivo pelo qual ela tentou se matar e a razão que fez os dois se separarem são mostrados somente mais para a frente. Certos fatos nem são realmente explicados. O final aberto também necessitaria de uma explicação, na minha humilde opinião.
Não sou grande fã de Jessica Chastain (também produtora aqui). Aliás, ela sempre parece um tanto ausente durante toda a história. Essa sensação de falta de vida interior também está presente em William Hurt e Isabelle Huppert, que fazem os pais dela. O fato que Isabelle está segurando um copo e um cigarro em todas as cenas em que aparece, chega a ser irritante.
Enquanto isso, Viola Davis como a professora e Jess Weixler (The Good Wife) como a irmã de Eleanor, Katy, acertam o tom e conseguem brilhar em papéis menores. Sempre é um prazer também ver James McAvoy (O Procurado, X-Men: Primeira Classe). Ele é imbatível quando faz homens românticos e apaixonados. Como Connor, um dos lados desse casal, ele é tudo isso e uma boa razão para assistir enquanto o filme alterna momentos muito bons e alguns um pouco arrastados.