É sempre muito difícil selecionar apenas os 10 melhores filmes que você viu num ano inteiro. Deixei de lado os nacionais, já que pela própria proposta do Blog de Hollywood, acabei vendo poucos. Por esse mesmo motivo, vários outros de países como França, Japão, Estônia, e até mesmo da América Latina foram perdidos, já que muitas vezes as sessões para imprensa aconteciam no mesmo dia que um filme norte-americano. Mas, de qualquer maneira, de todos os que vi, selecionei aqui aqueles que mais me marcaram, levando em conta a qualidade da produção, as atuações, a emoção, a diversão. Afinal, isso tudo está englobado no princípio pelo qual as pessoas vão ao cinema, certo? Então aí vão eles:
10° – Horas Decisivas
Foi um enorme fracasso de bilheteria – custou 80 milhões e rendeu somente 52 no mundo inteiro. Baseado numa história real que, creio, poucos conhecem, traz novamente Chris Pine como um herói, que desafia a maior tempestade vista no norte dos Estados Unidos para salvar um navio à deriva . Excelentes efeitos, um suspense ininterrupto, um personagem romântico. Belo filme, pena que foi incompreendido.
9° – Águas Rasas
Já Águas Rasas, ao contrário, foi um sucesso surpreendente. Blake Lively comprova, assim como em A Incrível História de Adeline, que é uma atriz excelente que consegue carregar um filme sozinha. Nesse caso mais ainda, já que em praticamente 90 % do filme é concentrado na luta de Nancy (Blake) para conseguir chegar à praia enquanto está encurralada por um tubarão. A tensão é sempre presente, um trabalho primoroso de Blake com o diretor espanhol Jaume Collet-Serra, que já tinha feito o interessante Sem Escalas, com Liam Neeson, e o terror A Órfã.
8° – Café Society
O melhor filme de Woody Allen desde Meia-Noite em Paris (2011). Afinal, é claro que ele admira essa época de ouro de Hollywood, onde a história se passa. O alter-ego da vez do diretor é Jesse Eisenberg (melhor do que de costume), que se apaixona pela amante do patrão (e tio) quando vai tentar a sorte na indústria do cinema. Belíssima fotografia, um roteiro ótimo, e o diretor na sua melhor forma.
7° – A Luz entre Oceanos
Baseado num livro best-seller, este romance é um daqueles que emociona, que faz chorar mesmo. Alicia Vikander e Michael Fassbender tem uma química incrível (e começaram a namorar na vida real) como um casal que vive afastado de todos em uma ilha na Austrália, onde ele é responsável pelo farol que guia os navios que chegam à região. Só que eles não conseguem ter filhos, e um belo dia, um bote contendo um bebê chega ao local. A dúvida se forma: criá-lo como seu ou informar as autoridades? A escolha e suas consequências vão fazer você terminar o filme com os olhos inchados como os meus…
6° – Memórias Secretas
Um filme sobre um velhinho sobrevivente de um campo de concentração, que sofre de demência, e resolve ir atrás de um oficial nazista que matou sua família, pode não ser atraente para a maioria das pessoas. Pura bobagem! Memória Secretas mantém o suspense, a atenção e a vontade de saber como essa história vai terminar. Christopher Plummer, do alto de seus mais de 80 anos, segura o filme com uma força impressionante. O roteiro cheio de reviravoltas é brilhante, assim como a direção de Atom Egoyan, que já havia feito recentemente o interessante À Procura.
5° – Spotlight: Segredos Revelados
Um dos grandes filmes da história sobre o trabalho investigativo de jornalistas, Spotlight é baseado em um história real, sobre uma matéria feita pelos jornalistas do Boston Globe sobre padres pedófilos de Boston. Vencedor do Oscar de melhor filme e roteiro, bem como o Sag’s de melhor elenco, o filme é superlativo, sem efeitos especiais, brilhando somente com a força de seu roteiro e de seus atores. Para ver e rever. Excelente!
4° – Capitão Fantástico
Ainda está nos cinemas esse filme que não tem coisa alguma a ver com super-heróis, Marvel, DC etc. É uma história emocionante e encantadora sobre um pai (Viggo Mortensen, que deve concorrer ao Oscar de melhor ator) que cria seus filhos de uma maneira bem diferente, mas tem que voltar à cidade quando uma pessoa morre. O roteiro tem momentos brilhantes, o elenco das crianças é simplesmente ótimo, e o filme imperdível.
3° – Mogli: O Menino Lobo
O clássico desenho de Mogli da Disney nunca foi dos meus favoritos. Mas fiquei muito impressionada pela versão live-action, dirigida pelo ótimo Jon Favreau. Praticamente durante o filme inteiro o menino Neel Sethi (escolhido após 2000 garotos testados) atua somente com os animais feitos por efeitos especiais, que são absolutamente perfeitos. Todo o tempo são feitas homenagens ao desenho clássico, inclusive com o número musical The Bare Necessities com Mogli e Baloo (voz de Bill Murray). Uma delícia!
2° – Deadpool
Divertido e totalmente transgressor, Deadpool é uma releitura dos filmes de super-heróis. Ele é politicamente incorreto ao extremo, com excesso de violência, palavrões e uma cena de sexo bem quente (o filme teve censura de 18 anos), mas é também extremamente engraçado e bem dirigido. Além disso, o filme tem centenas de referências que fizeram os fãs de cultura pop correrem para os cinemas. Uma sequência já está programada para 2018.
1° – Little Boy: Além da Imaginação
Pouca gente viu esse emocionante filme nos cinemas. Ele estreou somente em poucas salas da rede Cinépolis, e logo saiu de cartaz. Uma pena, pois para mim foi o melhor filme do ano. Durante a II guerra, um menino faz de tudo para assegurar que seu pai voltará são e salvo da batalha. Com as participações de Emily Watson, Tom Wilkinson, Kevin James e Ben Chaplin, o filme pertence ao garotinho Jakob Salvati, simplesmente maravilhoso. Uma história linda e bem dirigida pelo espanhol Alejandro Monteverde, que já está disponível na Netflix. Ou seja, já é possível ter uma segunda chance para conhecer essa joia do cinema.
Muitos outros ficaram pelo caminho numa lista preliminar. Mas valem muito a pena conhecer. É o caso de Trumbo – Lista Negra, Elvis e Nixon, Star Trek: Sem Fronteiras, Doutor Fantástico, Snowden: Herói ou Traidor, Mundos Opostos, Chocolate, Animais Fantásticos e Onde Habitam e até Invasão Zumbi, que estreia esta semana nos cinemas. Pelo menos nas produções cinematográficas, 2016 foi um bom ano.