Sim, todo mundo está falando sobre Eternos, que estreia nessa quinta nos cinemas. O filme apresenta um novo grupo de heróis da Marvel. É dirigido por uma mulher ganhadora de Oscar. Tem Angelina Jolie no elenco. Só isso já seria suficiente para provocar um buzz mundial. A história é simples. Os Eternos são originários dos primeiros seres que habitaram a Terra. Fazem parte de uma raça criada pelos deuses espaciais conhecidos como Celestiais. Tem características como imortalidade e manipulação de energia cósmica. Eles estão na Terra para proteger o planeta dos vilões Deviantes. E não devem intervir em outros problemas dos habitantes do planeta.
Os Prós
A diretora Chloe Zhao, de Nomadland, escolheu a dedo o elenco para ser o mais representativo possível. Há personagens de diversas raças, há uma deficiente auditiva, e um gay. E, claro, muito star power. Começando por Angelina Jolie e Salma Hayek. O casal principal é feito por Gemma Chan e Richard Madden, como os amantes de milhares de anos. E ainda há Kumail Nanjiani (para mim o melhor do elenco), Brian Tyree Henry, Lauren Riddlof (The Walking Dead), Barry Keoghan, Ma Dong-Seok e a menina Lia McHugh. Kit Harington faz um humano que acaba envolvido na história ao se apaixonar por Sersi (Gemma Chan).
Há várias referências legais aos acontecimentos do universo Marvel. Isso inclui Thanos, a destruição de Nova York, Capitão América e o Homem de Ferro. E surpreendentemente, também menciona o universo da DC, com diálogos sobre Batman e Superman. Aliás, é uma piada boa comparando Ikaris com Superman. É mesmo uma cópia descarada, rsrs. Os momentos divertidos são poucos. A maioria deles está no trailer. Mas vale ressaltar o número musical de Bollywood com Kumail Najiani. É uma delícia.
O filme ainda tem um boa trilha sonora. A fotografia é cheia dos cinzas e azuis frios, características de Chloe Zhao. Também tem grandes planos abertos, pano de fundo para os personagens pensarem na vida olhando para o nada. Tudo isso funciona.
Os Contras
Mas, é preciso dizer que toda a história de origem pode ser uma armadilha. Afinal, tem que apresentar todo mundo, além do conflito. Eternos tem mais de duas horas e meia, e esse tempo se sente em diversos momentos. No início, confesso, foi difícil não dar umas pescadas. Assim como em Nomadland, Chloe Zhao gosta de silêncios, de momentos contemplativos de personagens depressivos. Aliás, a maior parte deles é totalmente infeliz – chatos mesmo.
Infelizmente, o grande romance de Ikaris e Sersi não convence. Falta uma óbvia química entre os dois atores. São lindos, mas parece que estão ali só para posar para uma fotografia. O mesmo acontece com Angelina Jolie. Parece que a qualquer momento ela vai dizer “Well, well, well”, rsrs. Sempre o mesmo olhar de baixo para cima, o mesmo tom baixo da voz.
A história passa por diversos momentos da história, o que inclui a Babilônia, e Hiroshima. Mas tudo é episódico demais, algo que parece somente para “encher linguiça”. E ainda há a sequência final, que deveria ser grandiosa, e é tão pobrezinha. Talvez o problema seja a falta de um grande vilão, alguém como um Thanos. Isso poderia dar um pouco mais de vida a essa história, e fazer com que a gente se importasse um pouco mais com esses heróis tão sem sal.
Eternos tem duas cenas pós-créditos. Uma no meio, que traz um novo personagem – ótimo. E outra bem no fim, com Kit Harington. As duas são a melhor coisa de Eternos. Mas, de qualquer maneira, o fim já mostra que haverá uma sequência. É só esperar que tenha mais vida!