Quando você vê que um filme tem uma história baseada em fatos reais, já sabe que, na maioria das vezes, lá vem uma história para emocionar. O Castelo de Vidro, que estreia hoje nos cinemas, não é diferente. Mostra uma família completamente disfuncional, com pais bem malucos e irresponsáveis, mas que, ao mesmo tempo, tinham um amor incondicional pelos filhos.
O filme foi feito a partir do best-seller do mesmo nome, de autoria de Jeannette Walls, lançado no Brasil pela Editora Globo. Ela narra sua própria história, começando por sua infância, quando o pai alcoólatra (Woody Harrelson) despertava a imaginação e a esperança das crianças como distração para a pobreza que assolava a família. A mãe (Naomi Watts), por sua vez, projetava seu jeito artístico e excêntrico na criação dos filhos. Assim, vamos acompanhando a vida de Jeannette e seus irmãos também na adolescência, e depois na idade adulta. É quando Brie Larson, a vencedora do Oscar por O Quarto de Jack assume o papel, que durante muito tempo ficou nas mãos de Jennifer Lawrence, que acabou desistindo.
Brie não desaponta, desde a Jeannette novinha, que buscava sempre uma desculpa para as ações dos pais, até a linda jovem jornalista, prestes a se casar. Em cada cena você sabe exatamente o que ela está pensando. Realmente arrasa! Também estão excelentes Woody Harrelson, saindo um pouco de sua usual zona de conforto, e Naomi Watts, como os pais. É impressionante como eles conseguem fazer que você sinta raiva desses pais malucos, mas ao mesmo tempo sinta uma certa ternura, e tente compreender seus atos. É…como eu sempre digo, nada é totalmente preto e branco, sempre há um acinzentado no meio do caminho.
Também há o destaque para os atores infantis, alguns que já haviam brilhado em Capitão Fantástico, e que novamente conseguem transmitir a doçura e a raiva diante de situações que não conseguem compreender. É claro que o filme tem alguns problemas. Com um pouco mais de duas horas, ele se perde um pouco em alguns momentos, ficando um pouco arrastado e repetitivo. Ao mesmo tempo, poderia ter se aprofundado em outras situações se estivesse num outro formato, como o de uma minissérie, por exemplo.
O certo é que muita gente com certeza irá se emocionar com o relacionamento entre pai e filha, que é o mais profundo da história. E no final, espere um pouco mais, e preste atenção nos créditos, para ver fotos e até filmes da família verdadeira. Uma bela homenagem de Jeannette Walls.