No ano passado, eu assisti O Charlatão durante a Mostra de Cinema de São Paulo. Publiquei a crítica no Blog. Mas logo depois, hackers invadiram o servidor e apagaram as sete últimas matérias que eu tinha escrito. Entre elas, as críticas de Tenet e de O Charlatão. Pensei em escrever de novo na época, mas fiquei tão chateada com tudo aquilo que acabei desistindo. Agora o filme está estreando nos cinemas nessa quinta (8) em circuito normal. Foi a oportunidade de rever e colocar de novo a crítica aqui.
O filme conta a vida de Jan Mikolášek, um curandeiro tcheco conhecido e bem-sucedido. Ele diagnosticou e curou pessoas usando sua intuição e sua familiaridade com as plantas. Seus remédios e prescrições, embora principalmente à base de plantas, incluíam mudanças no estilo de vida e na dieta alimentar. Ele curou muitas pessoas pobres das aldeias. E também gente conhecida, como o presidente da Checoslováquia, Antonin Zápotocký. Os métodos de diagnóstico e cura notórios de Mikolášek chamaram a atenção do regime comunista tcheco. Ele foi finalmente preso depois que estricnina foi encontrada nos corpos de dois homens que ele havia tratado.
A crítica
O filme foi escolhido para ser o representante da República Tcheca no Oscar. Além da Mostra de São Paulo, também fez parte da seleção oficial do Festival de Berlim. É uma história baseada num fato real, muito bem contada e fotografada pela diretora premiada Agnieszka Holland. Cobre os fatos da vida Mikolášek desde sua juventude até sua maturidade. E a curiosidade é que o personagem é feito por pai e filho, Ivan e Josef Trojan. Ambos estão ótimos.
O filme aponta ainda os prós e os contras de um personagem muito controverso. E também o poder de um governo totalitário que pretende ter todos em suas mãos. O filme ainda adiciona um amante para Mikolášek, que aparentemente é uma figura fictícia, mas que deixa a história ainda mais rica. A história é por vezes incômoda, mas deve ser vista, especialmente nos tempos em que vivemos.