Essa semana é atípica nos cinemas brasileiros. Dois filmes nacionais de “grande porte” estão estreando. E não poderiam ser mais diferentes, rsrs. O primeiro é Uma Fada veio me Visitar, que traz Xuxa de volta às telonas. O outro é Meu Nome é Gal, com Sophie Charlotte. Provavelmente, se você foi ao cinema no último semestre, deve ter visto o trailer desse último, já que parecia estar em todas as salas, rsrs. Veja abaixo o que achei dos dois filmes:
Uma Fada veio me Visitar
A história se baseia no livro best-seller de Thalita Rebouças. Conta a história da adolescente Luna. Ela tem problemas com a mãe, com as notas, e também com a garota mais popular da escola. É quando aparece na vida dela a atrapalhada fada Tatu (Xuxa). Tatu quer ajudar a menina, mas as coisas parecem mais difíceis já que ela estava dormindo desde os anos 80.
O que achei?
O filme é bobinho, mas pode ter apelo para os fãs de Xuxa e para adolescentes que vão se identificar com a personagem Luna. Depois de 14 anos longe das telas, Xuxa demonstra que ainda tem seu timing de comédia intacto. Ela está claramente se divertindo – e está muito bem fotografada. A menina Tonton Perissé (filha de Heloísa) se esforça, mas precisa urgente de um fonoaudiólogo. No geral, o filme é divertido, especialmente porque Xuxa brinca muito com a própria imagem, e com os anos 80. É bobinho, mas funciona.
Meu Nome é Gal
O filme acompanha a trajetória de Maria da Graça Costa Penna Burgos antes de se tornar a famosa cantora Gal Costa. Mostra como a a cantora acaba começou sua carreira ao lado de amigos como Caetano Veloso, Maria Bethânia, Gilberto Gil e Dedé Gadelha, no final da década de 1960. Com Caetano e Gil ajudando a dar o empurrão na carreira de Gal, ela precisará enfrentar a timidez. Á medida que ela vai se soltando, forma junto com outros artistas o movimento da Tropicália. Depois de tanto sucesso, Gal acaba tendo um período de depressão, quando seus dois amigos são exilados na ditadura.
O que achei?
Pela sinopse é possível ver que o filme opta por se concentrar somente em um recorte da vida de Gal. Isso não é um problema. O problema é que o filme passa por tudo de uma maneira muito superficial. Opta por inserir muitas imagens de arquivo – e deixa de se aprofundar um pouco mais na história da cantora. Há uma sensação que ele mostra bem menos do que deveria dela. Além disso, os números musicais gravados tem um problema grave de som (não sei se é um problema do cinema, mas acho que não). Numa história onde a música é tão importante, isso é imperdoável.
Confesso que fiquei chateada de ver que Sophie Charlotte não consegue “incorporar” Gal. Uma pena porque ela é uma ótima atriz. E ainda usa sua própria voz em um mix com a voz da própria Gal. Pena que todo o esforço não funciona tão bem na tela – e ainda há um problema de sotaque que em alguns momentos é claramente esquecido. No final, quem se sai melhor é o ator baiano Rodrigo Lellis, que faz o papel de Caetano. Ele está ótimo. Pena que o filme não é a homenagem devida a maravilhosa Gal. Merecia mais.