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Cinema

Para sonhar com O Amor de Sylvie

Já disse várias vezes que sou uma romântica por natureza. Cresci vendo romances lindos da época de ouro de Hollywood. E isso me influenciou para sempre. Tenho um carinho especial pelo gênero, especialmente aqueles que eram produzidos no final dos anos 50, início dos anos 60. Então, quando comecei a ler sobre O amor de Sylvie, filme estrelado por Tessa Thompson, fiquei muito intrigada. Afinal, apesar de ser uma produção recente, tinha uma aura dos filmes daquela época. O filme estreou no final de dezembro na Amazon Prime, e e me conquistou totalmente. E ainda tem uma trilha sonora de chorar de tão linda. Recomendo!

Tudo se passa em Nova York, exatamente nessa época. Sylvie é uma jovem determinada que trabalha no loja de discos de seu pai. Robert é um músico brilhante em início de carreira, que começa a trabalhar na loja também. Logo  a paixão entre os dois se inicia. mas o destino acaba separando-os por cinco anos. Quando se reencontram, ao acaso, a vida de ambos está muito diferente, mas a paixão continua presente.

A crítica

Na verdade o filme é um novelão. Daqueles tipo Imitação da Vida. Só que Sylvie não é um heroína trágica como os personagens de Lana Turner. Ela sabe o que quer, e luta por isso. É uma mulher  que tem reflexos modernos. Seja na relação com seu pai,  com sua vontade de trabalhar, com sua determinação de ficar com o homem que ama. E também, é claro, em lutar contra o preconceito, seja por ser mulher, ou por sua cor. Tessa Thompson e Nnamdi Asomugha tem grande química como Sylvie e Robert. Isso faz com que você acredite totalmente nesse amor , que aguenta tudo. É de se ressaltar especialmente o trabalho dele. Afinal, Nnamdi não é ator. Era um atleta da NFL, e marido de Kerry Washington. Não é bonito, mas consegue repassar a paixão total de um homem calado.

A primeira parte do filme, o início do romance dos dois, é perfeita. A segunda, a de seu reencontro, tem alguns problemas de ritmo. Mas nada que atrapalhe o envolvimento com a história. Além disso, a direção de arte é perfeita. O figurino – Tessa veste Chanel – é um deslumbre. Tudo relembra aqueles filmes tão memoráveis de um tempo que não volta mais. Mas nada mexeu mais comigo do que a trilha sonora. Alguns dos clássicos da época são tão bem utilizados, que emocionam.

O resto do elenco também está ótimo. Lance Reddick , que a gente está tão acostumada a ver em papéis  misteriosos em filmes como John Wick, e séries como Fringe, está um doce como o pai de Sylvie. E ainda, super sexy, mas bem diferente de Bridgerton, está Regé-Jean Page, como um dos músicos que toca com Robert. Sem muito o que fazer, Eva Longoria tem pelo menos direito a um belo número de dança.

O agradecimento

O certo é que O Amor de Sylvie me surpreendeu. Seja por sua forma ou por seu conteúdo. Seja por uma história improvavelmente romântica. Especialmente por ser estrelado por Tessa Thompson, um atriz sempre trangressora. Mas, talvez esteja aí mesmo o X da questão. Ela estrelou e produziu uma homenagem ao cinema e às grandes mulheres que começaram a fazer a diferença. O filme é dedicado a Diahann, Nancy e Doris. Elas são Diahann Carrol, a primeira mulher negra a estrelar uma série de TV – Julia. Nancy Wilson  era uma grande cantora, que também ficou conhecida como uma personalidade da televisão, devido ao seu programa The Nancy Wilson Show .  E, é claro, Doris Day, Uma das maiores cantoras de todos os tempos, que brilhou no cinema, na TV e na música. A gente agradece a todas elas e à oportunidade de reviver momentos tão bonitos. Um volta aos momentos da infância.

 

 

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