Muita gente não gosta de ver filmes sobre doenças. Eu era assim. Conforme o tempo vai passando, você vai deixando estes preconceitos de lado. Ainda bem. Senão teria perdido algumas das maiores interpretações do ano, como as dos vencedores do Oscar, Eddie Redmayne (melhor ator em A Teoria de Tudo) e principalmente Julianne Moore, em Para Sempre Alice, que estreia este fim de semana nos cinemas.
No filme, Alice é uma renomada professora de uma universidade, casada e feliz com seus filhos já adultos. Só que ela começa a ter lapsos de memória e se sentir perdida num caminho mais do que conhecido. Quando descobre que sofre de Alzheimer precoce, Alice e sua família terão que aprender a conviver com a doença. Especialmente quando ela começa a se manifestar tão rapidamente.
Desnecessário falar sobre essa atuação fora deste mundo de Julianne Moore. Ela ganhou todos os prêmios (Oscar, Sag´s, Globo de Ouro, BAFTA, Critics Choice, além de outros menos conhecidos). Nada mais merecido. Não só por sua atuação cheia de nuances de Para Sempre Alice como também pela performance histérica de Mapas para as Estrelas, que chegará aos cinemas uma semana depois, no dia 19. Vi os dois filmes no mesmo dia. E só posso dizer, que atriz, que atuações, que perfeição!
Uma cena me chamou muito atenção. É quando vemos frente a frente a mulher que havia recém descoberto a doença e a outra já debilitada pela doença. Realmente nem parecia a mesma mulher, que você mal havia percebido que tinha mudado daquela maneira até aquele momento. Talento é sempre um diferencial! O que devem sentir hoje Michelle Pfeiffer, Julia Roberts, Diane Lane e Nicole Kidman, que recusaram o papel?
Além de Julianne, o resto do elenco também está muito bem, como Alec Baldwin como o marido amoroso (aliás ele dá sorte para as atrizes que fazem suas esposas. Lembra que ele era o marido de Cate Blanchett em Blue Jasmine, que também ganhou todos os prêmios no ano passado?). Kate Bosworth, Hunter Parrish e Kristen Stewart (apesar de seus constantes maneirismos) também tem bons momentos como os filhos. O filme tem ainda uma história de bastidores emocionante. Um dos diretores, Richard Glatzer, sofre de uma doença chamada de esclerose lateral amiotrófica, que o fez perder a fala. Ele dirigiu o filme inteiro usando um aplicativo que transformava texto em fala. Julianne o homenageou em vários dos discursos da temporada de premiações.
Na foto abaixo, Julianne, Kristen, o diretor Wash Westmoreland e o diretor Richard Glatzer na cadeira de rodas.