O cinema brasileiro não tem o costume de fazer filmes de terror. De vez em quando aparece um aqui, outro ali, por isso fiquei surpresa positivamente com o resultado de O Rastro, que estreia esta semana nos cinemas brasileiros. A história é boa, o clima é tétrico, tem suspense, e não é muito previsível. É claro que os diálogos são um tanto toscos, mas esse é um problema do cinema nacional em geral. Aqui realmente nem chega a incomodar.
João (Rafael Cardoso) é o médico escolhido para coordenar a remoção de pacientes de um antigo hospital prestes a ser desativado no Rio de Janeiro. Só que na noite da transferência, uma menina de 10 anos que acabara de chegar, desaparece sem deixar vestígios. João não se conforma com isso e começa a investigar mesmo que todos falem para ele deixar isso pra lá. Só que quanto mais ele se aproxima da verdade, mais mergulha em um universo obscuro, e assustador.
A direção de J.C. Feyer tem uma bela fotografia, uma incrível direção de arte, que não deixa a dever às produções americanas do gênero. O cenário caindo aos pedaços, ajuda bastante a manter o clima de que “há algo atrás da porta!”. Aliás, o filme usa um recurso bem conhecido do cinema do gênero, a reviravolta, ou “twist”. Confesso que me deixou surpresa. Já pode se preparar.
O filme tem vários atores conhecidos no elenco. Além de Rafael, tem também Leandra Leal, como a mulher de João, Claudia Abreu como uma médica misteriosa, Felipe Camargo como o chefe de João, Jonas Bloch como o diretor do hospital e Domingos Montagner em uma pequena participação como um político. A última cena é com ele, a quem o filme é dedicado.
Sandro Rocha
19 de maio de 2017 às 2:06 pm
Sempre é valido apostar no cinema nacional, ainda mais quando é um gênero tão bom e incomum no cinema brasileiro.