Depois que teve seu terceiro filho e um fracasso no cinema (o divertido Guerra é Guerra), Reese Whiterspoon resolveu dar uma “chacoalhada” em sua carreira. Como produtora, conseguiu um grande sucesso com Garota Exemplar. Como atriz, obteve excelentes críticas com Livre, baseado em uma história real, que estreia esta semana nos cinemas.
O filme segue os passos de uma mulher, Cheryl Strayed, que resolve fazer uma trilha muito difícil de mais de 1000 milhas como uma forma de se reencontrar após uma série de problemas em sua vida. Com alguns flashbacks, que mostram sua relação com a mãe (Laura Dern, ótima), o irmão e o ex-marido (Thomas Sadoski, de The Newsroom), são mostradas as motivações que a levaram a uma jornada tão difícil.
Sobre o filme, senti que mesmo demonstrando que foi um caminho de superação, a personagem nunca realmente enfrentou coisa alguma que fosse irreversível (um ataque, um machucado mais sério). Ela consegue manter até um cabelo bonito e a pele branquinha, mesmo sem tomar banho, e enfrentando todo o sol e calor. Muito se comentou que o diretor Jean-Marc Valée (de Clube de Compras Dallas) escondia todos os espelhos do set para que Reese não se visse tão completamente sem glamour. Mas na verdade, ela nunca parece mais sofrida do que qualquer pessoa normal, que anda no meio da rua nesse calor que enfrentamos no verão brasileiro.
O filme, que custou apenas 600 mil dólares, já arrecadou mais de 30 milhões somente nas bilheterias americanas. Sou suspeita para falar de Reese, pois acho que ela é sempre ótima e aqui não é diferente. Ela conseguiu seu objetivo de revitalizar sua carreira, já que foi indicada para todos os prêmios possíveis (mas deve perder a maioria para Julianne Moore). Valeu ter desistido de Grandes Olhos para fazer este filme. Aliás, no Globo de Ouro, onde Amy Adams(que entrou em seu lugar) foi premiada, Reese estava ao lado da verdadeira Cheryl Strayed, que se derreteu em elogios para e estrela. Como todos nós.
Eliane Munhoz