O primeiro filme de terror O Grito é japonês. Escrito e dirigido por Takashi Shimizu, fez um grande sucesso lá em 2003. Tanto que logo depois, Hollywood resolveu fazer a sua versão. A refilmagem muito boa, com Sarah Michelle Gellar, de 2004 , também era dirigida por Shimizu, e inclusive teve uma sequência. Passou o tempo, e hoje em dia, quando filmes de terror baratos feitos pelo pessoal da Blumhouse rendem rios de dinheiro, era inevitável que uma nova sequência do sucesso acontecesse. O novo O Grito está chegando aos cinemas nessa quinta.
O filme já começa com uma ligação com os dois filmes anteriores. Uma mulher americana está justamente em frente a casa onde tudo aconteceu no Japão. Ela já começou a ver coisas estranhas. E por isso quer voltar correndo para sua casa nos Estados Unidos. Só que obviamente o espírito maligno que estava na casa foi junto. A partir daí o filme segue 3 histórias paralelas. A dessa família da mulher que voltou do Japão , a de um casal de velhinhos, e a de policial recém-chegada à cidade que começa a investigar o caso. Todos serão afetados pelo espírito do mal.
A crítica de O Grito
Dirigido por Nicolas Pesce, que já tem experiência com dois filmes independentes de terror, O Grito têm uns bons sustinhos. Todas as três histórias são contadas paralelamente, mas aconteceram em tempo diferentes. As idas e vindas tornam o produto final diferenciado (sim, você sabe o que vai acontecer com boa parte deles, mas não como chegaram naquela situação). Os personagens que tem seu caminho cruzado com a entidade demoníaca estão dominados por um certa tristeza. A forma como são apresentados permite o filme que seja mais completo e envolvente do que a maioria das produções do gênero.
Além disso, esse O Grito também é do estilo de terror que eu gosto. Com sombras e aqueles vultos que você enxerga no fundo, mas não muito bem. Tudo tem um preâmbulo de sugestão, que logo descamba para um momento de susto. Passadas algumas horas depois de ver o filme, continuo pensando nele, o que quer dizer que foi eficiente, mesmo que eu tenha visto inúmeros filmes de terror similares.
Outro diferencial é o elenco. Só gente boa. Apesar de ser um filme onde todos tem a chance de brilhar, a principal é Andrea Risenboroug, que já foi Wallis Simpson no filme de Madonna, W.E. . Está ótima. Outros ótimos são John Cho (The Exorcist), Betty Gilpin (Glow), Jacki Weaver (indicada ao Oscar por O Lado Bom da Vida), Demian Bichir (A Freira). E, é claro, a rainha dos filmes de terror, Lyn Shaye, que eu tive a oportunidade de entrevistar quando ela esteve no Brasil para divulgar Sobrenatural: A Última Chave. Até hoje, é a celebridade mais simpática que já entrevistei. Por tudo isso, se você gosta de terror, esse novo O Grito é uma experiência aterrorizante.
Uma história triste
Um dos atores do filme, Demian Bichir, era casado com Stefanie Sherk por quase dez anos. Ela também era atriz e sempre fazia pequena participações nos filmes e séries do marido. Em O Grito, ela seria a terapeuta. Só que em abril do ano passado, a atriz, que sofria de depressão, se matou, prendendo pesos aos pés e se jogando na piscina de casa enquanto o marido e o pai dela tinham ido ao mercado. Stefanie tinha 37 anos. Talvez por essa tragédia, a personagem é citada, mas não aparece no filme. Com isso, a série Grand Hotel, que só teve uma temporada, e foi exibida no canal Sony, foi seu último papel. Ela era a Dra. Sonja Grant.