História de um Casamento é um dos filmes que com certeza estará em todos os eventos da temporada de premiações. Não só como filme, mas também com seus dois astros, Scarlett Johansson e Adam Driver(que venceu hoje o prêmio dos Críticos de Toronto). Isso sem contar a coadjuvante Laura Dern (a melhor de todos na minha opinião). Foi indicado ao Critics Choice, ao Globo de Ouro, e também deve estar na lista do SAG’s, que será anunciada amanhã. O filme está disponível na Netflix. Por causa do envolvimento com a CCXP, só consegui assistir ontem à noite. Veja abaixo o que achei.
A história
Logo de início somos apresentados a Charlie (Adam Driver) e Nicole (Scarlett Johansson). Ele é um diretor de teatro em Nova York. Ela é uma atriz, que saiu de Los Angeles, para acompanhá-lo em uma carreira no teatro off-Broadway. Ouvimos a opinião que cada um tem sobre o outro, com todos os seus defeitos e virtudes. Quando Nicole recebe um convite para fazer um piloto de série em Los Angeles, eles resolvem se separar. Mas o que parecia ser uma coisa passageira, logo se torna definitiva. Os dois concordam em não contratar advogados para tratar do divórcio, mas Nicole muda de ideia após receber a indicação de Nora Fanshaw (Laura Dern), especialista no assunto. A partir daí será uma luta com muita emoção, choro, raiva, e roupa suja, enquanto eles lutam pela guarda do filho de ambos. Henry (Ahzy Robertson).
Nós já vimos vários filmes sobre o fim de um casamento, desde dramas como o premiado Kramer x Kramer, até comédias como Amor à toda Prova. Fiquei muito curiosa para ver História de um Casamento especialmente por causa de todo o buzz das premiações. E ao final de suas 2 horas e 16 minutos, de gritos, injustiças, gente tonta, gastos absurdos, o que achei?
Os atores
Antes de começar a falar minha opinião sobre o filme , só queria deixar claro que acho que os atores estão muito bem. Scarlett e Adam merecem suas indicações (ainda é cedo para dizer se merecem ganhar). Laura Dern como a advogada está excepcional. E o filme ainda tem as participações de Julie Haggerty (lembra de Apertem os cintos, o piloto sumiu?) e Merrit Wever (de Inacreditável) como a família de Nicole. E ainda Ray Liotta e Alan Alda como os advogados de Charlie. Ah, e é claro, a participação deliciosa e divertida de Wallace Shawn como um dos atores.
A crítica
Eu já começo dizendo que detesto DR’s e gente que fala demais. Isso é algo pessoal, e com certeza influenciou minha opinião. Houve momentos em que realmente o filme só não me perdeu porque eu tinha a obrigação de terminar de vê-lo por sua importância na Temporada de Premiações. Dito isso, posso afirmar que , é claro que História de um Casamento têm bons momentos. Mas também têm outros chatíssimos.
O diretor Noah Baumbach, que realmente nunca me convenceu, admitiu que o roteiro foi muito inspirado no fim de seu casamento com a atriz Jennifer Jason Leigh. Isso pode explicar muita coisa. Na história, Charlie é o cara cordato, que acha que está tudo certo, mas que é arrastado para uma situação por uma mulher que, sem saber direito o que quer, resolve pedir o divórcio, E para isso contrata uma advogada (ou seja, outra mulher), que é uma vilã de assustar criancinhas. Acho interessante que nesses tempos onde se fala em feminismo a todo o momento, não se tenha mencionado o quão machista é o posicionamento do roteiro. Isso me incomodou o filme inteiro. Sinceramente, senti que tinha sido teletransportada para os anos 70.
O uso da música também me incomodou. Ela está tão presente que distrai você da história. Adoro musicais, mas aqui há dois momentos (separados) em que Adam Driver e Scarlett Johansson interpretam músicas de Stephen Sondheim. A dele, Being Alive, do musical Company, é uma de minhas preferidas (que ele canta bem, aliás). Mas vamos combinar que cortou a história, e atrapalhou a narrativa?
De vez em quando os críticos escolhem um filme do tipo DR para chamar de seu e enfiam goela abaixo nas premiações. Lembro-me em tempos recentes de Lady Bird e de Manchester à Beira-mar, para citar dois. História de um Casamento é a bola da vez.
Suzana
11 de dezembro de 2019 às 2:14 am
Discordo de você. Talvez porque não tenha assistido o filme para cumprir uma agenda. Achei o filme lindo. Em relação ao machismo, definir a visão do filme a esse jargão só reduz sua análise. É sim uma visão do homem sobre o divórcio e, sobretudo, de como continuar a conviver com o seu filho. Entretanto, de forma alguma o filme demoniza a mulher.