O cinema chinês já apresentou grandes cineastas ao ocidente. Um dos maiores com certeza é Zhang Yimou. Ele já ganhou prêmios em Berlim por A Caminho de Casa e por Urso Vermelho. No BAFTA por Tempo de Viver e por seu filme mais famoso, Lanternas Vermelhas. Há pouco tempo, em 2016, se aventurou em uma grande produção de Hollywood, A Grande Muralha. O filme, que eu gosto, ficou aquém do esperado nos resultados de bilheteria. Depois disso, ele voltou às origens com Shadow, que está estreando essa semana nos cinemas. O filme estreou no Festival de Toronto em 2018. E seria lançado no início de 2020. Mas aí a gente sabe o que aconteceu…
Shadow se passa durante a era dos Três Reinos da China (220-280 DC). Ele conta a história de um rei e seu povo. Eles serão expulsos de sua terra natal e tentarão recuperá-la. O rei, violento e ambicioso, tem métodos e motivações misteriosos. Seu general é um visionário que anseia por vencer a batalha. Só que ele precisa preparar seus planos em segredo. As mulheres do palácio também tem grande importância na história. Elas lutam para encontrar a redenção em um mundo onde não têm lugar. E também há um plebeu chamado “Senhor de todo o mundo”. Todos cruzarão seus destinos em um determinado momento.
A crítica
Ao assistir Shadow, você claramente perceberá que é um filme de Zhang Yimou. A história cheia de traições , conchavos, luta pela honra. As mulheres que atuam nos bastidores, lutando por seu lugar na história. E ainda as batalhas, que decidem as vidas de todos. Também há uma fotografia primorosa. Esta prima pelo contraste dos pretos e cinzas com o vermelho do sangue, sempre presente.
Em um determinado momento, você até fica um pouco perdido na história. Mas depois o roteiro vai amarrando todas as pontas, até a resolução final. Fãs de histórias com intrigas palacianas vão adorar o filme. É também um espetáculo que merece ser visto na tela grande. Assim, é possível admirar o trabalho de Zhang Yimou em plena forma.