Eu me lembro de ter ouvido falar sobre Amor a Três no fim de 2019, por causa da atuação de Shailene Woodley. Chegavam até a falar em possível presença dela na Temporada de Premiações. Mas isso não acabou rolando. O tema e mais a direção extremamente contemplativa provavelmente afastaram muita gente dos cinemas. Amor a Três não é um filme fácil de ver, mas é corajoso e vale conhecer. Ele está disponível nas plataformas Claro Now, iTunes/Apple TV, Google Play, Vivo Play, Amazon e Sky Play, nas versões dublada e legendada.
Daphne está se recuperando de um momento difícil de sua vida. Depois de um acontecimento, ela largou tudo e foi morar com a irmã. No decorrer de um ano, Daphne ficará dividida entre o amor de dois homens, Jack e Frank. Tudo acontece numa festa. Ela conhece esses dois homens, que são amigos, completamente apaixonados por ela, mas de personalidades bastante distintas. Jack é um intelectual romântico, enquanto Frank é um tipo bad boy. A distinção entre os dois a deixa dividida, pois cada um, a seu modo, oferece-lhe exatamente aquilo que ela procura.
O que achei de Amor a Três?
É preciso deixar claro que Amor à Três não é um filme de sacanagem. Sim, tem cenas de sexo, mas o destaque é o drama. É um filme de choros, dúvidas, culpas. Tudo a um ritmo lento, como se quisesse capturar os sentimentos nos silêncios. O filme também não aponta dedos, não culpa ninguém. Tenta entender a todos, especialmente Daphne. Ela mesma diz que os dois homens a completam, e leva a situação até onde consegue. Álcool, cigarros, e drogas fazem parte importante da história.
O filme funciona muito bem em parte devido ao carisma de seus três atores. E, claro, o filme é um show de Shailene Woodley, com aquela expressão de que está prestes a explodir #sóquenão. Várias vezes ela diz que está tudo bem, quando claramente não está. Tanto Jamie Dornan como Sebastian Stan estão em grande forma. Totalmente diferentes de Cinquenta Tons de Cinza ou de Falcão e o Soldado Invernal. Jack e Frank são muito diferentes, e é óbvio que é isso que atrai Daphne. Um é a paixão, o fogo, outro a constância, a segurança. Pode ser que muita gente vá odiar. Afinal é difícil ter empatia com esses personagens. Mas, eu gostei do entendimento sem vergonha do diretor Drake Doremus sobre a vulnerabilidade desses três.