O ano era 2015 e Emily Blunt estrelava Sicario: Terra de Ninguém. No filme, ela era uma agente idealista do FBI, que é chamada para fazer parte de uma força tarefa para combater a escalada das drogas na fronteira dos Estados Unidos com o México. O filme não foi um grande sucesso, já que rendeu pouco mais de 86 milhões em todo o mundo. mas chegou a ser indicado para o Oscar – fotografia, trilha sonora e edição de som – e ainda deu o prêmio de coadjuvante para Benicio Del Toro no Hollywood Film Awards. Eu confesso que acho o filme incômodo, mas Emily sempre é uma atriz interessante, o que conseguia manter a atenção. De qualquer maneira, resolveram que o filme merecia uma sequência – e também um terceiro filme já anunciado, provavelmente com a volta de Emily Blunt. Sicario: o Dia do Soldado chegou hoje aos cinemas com o retorno de Benicio e de Josh Brolin.
Agora, a guerra das drogas na fronteira dos Estados Unidos com o México atingiu um outro nível. Eles agora estão traficando terroristas pela fronteira com os Estados Unidos. As primeiras cenas, mostrando os ataques desse pessoal em território americano é o início do filme e são muito boas. É a partir daí que Alejandro Gillick (Benicio) e Matt Graver (Brolin) voltam a trabalhar juntos em uma ação secreta que inclui o rapto da filha de um chefão das drogas, Isabelle (a ótima Isabela Moner, de Transformers). Só que eles não são os únicos atrás da garota. Logo, Alejandro acaba se vendo em uma encruzilhada moral e suas escolhas podem acabar desencadeando uma sangrenta guerra de cartéis.
https://www.youtube.com/watch?v=O9Y9bLriYNs
A direção não é mais de Dennis Villeneuve, estando agora a cargo de Stefano Sollima, da série Gomorra. Com isso, o filme ganha um pouco mais de ação, e um pouco menos de contemplação. Mas mesmo assim, com pouco mais de duas horas, ele continua sendo arrastado. Talvez, eu realmente já tenha perdido a paciência com tantos filmes e séries sobre o gênero – sim, a guerra das drogas na fronteira americana já virou um gênero. Sempre me parece que é tudo igual.
De qualquer forma, este Sicario é bem produzido, fotografado, e tem atuações corretas da maioria. O destaque fica com Isabela Moner, que eu tive a oportunidade de entrevistar quando ela esteve aqui para divulgar Transformers. Ela marca presença num papel difícil, o da menina sequestrada e perseguida por todos, cuja única esperança é Alejandro Gillick. Só que o roteiro não deslancha, e ainda traz um fechamento “aberto” que não irá convencer muita gente.
O elenco tem ainda Jeffrey Donovan (quase irreconhecível), Catherine Keener , Matthew Modine, e Josh Brolin, que chega em seu terceiro papel num filme grande este ano. Sim , ele é um charme, mas o que será que fez para se tornar o cara que está em todas? Deve ser porque Hollywood está com deficiência de atores que possam fazer o papel de “Homão”. Depois de Deadpool e Vingadores: Guerra Infinita, entretanto, neste Sicario ele parece só estar esperando o final do dia para pegar o cheque do pagamento e ir embora. Melhor sorte em sua volta como Thanos no próximo filme dos Vingadores...
Bruno
1 de setembro de 2019 às 6:25 pm
Eu gostei mais desse do que do primeiro.