Confesso que nunca fui grande fã dos filmes de Rocky . Entretanto vi quase todos – só perdi Rocky V. Confesso que admiro Sylvester Stallone. Especialmente por sua capacidade de manter um personagem tão relevante que, mais de 40 anos depois de sua criação – e um improvável Oscar de melhor filme -, ainda atrai multidões para os cinemas. Ele se reinventou, ao resolver continuar a história de Rocky, só que agora com outro protagonista. Em Creed: Nascido para Lutar, de 2015, ele apresentou ao mundo Adonis Creed, vivido por Michael B. Jordan. É o filho do grande amigo de Rocky, Apollo Creed, que foi morto em cima de um ringue. O filme foi um enorme sucesso, deu uma nova indicação ao Oscar para Stallone, e provocou uma sequência, Creed 2, que chega essa semana aos cinemas.
Passando por Rocky IV
Creed 2 tem várias referências ao passado. Então, se você não pode ver todos, assista Rocky IV. Nele, depois de recuperar o título de campeão de boxe, Rocky Balboa planeja se aposentar e viver com sua esposa, Adrian. No entanto, durante uma exibição, o amigo de Rocky, Apollo Creed, é impiedosamente espancado até a morte pelo desmedido russo recém-chegado Ivan Drago. Rocky então decide retornar e vingar o amigo, lutando contra Drago numa luta na Rússia no dia de Natal.
https://www.youtube.com/watch?v=ChrZgFE7kro
A história
É claro que o filme dá várias explicações sobre isso tudo, mas é sempre bom ver novamente para prestar maior atenção aos detalhes. Isso porque agora Adonis terá um desafio que terá tudo a ver com a história de seu pai. Ele está bem, saiu mais forte do que nunca de sua luta contra ‘Pretty’ Ricky Conlan . Começa então sua trajetória rumo ao campeonato mundial de boxe, contra toda a desconfiança que acompanha a sombra de seu pai e com o apoio de Rocky . Só que o passado está mais presente do que nunca. Ele precisa enfrentar um adversário que possui uma forte ligação com o passado, simplesmente o filho do homem que matou seu pai. Ou seja, tem o retorno de Dolph Lundgren ao seu papel mais famoso.
Por que é o melhor?
E esse é o grande ponto central de Creed 2. É um filme sobre pais e filhos. Seja o de Adonis com Apollo, ou de Adonis com sua figura paterna, Rocky. Ainda o de Drago, o ex-vilão agora destruído (há sempre alguém mais forte), e seu filho, treinado para ser mais do que ele foi. Isso sem contar, o nascimento da filha de Adonis, e também os fantasmas da relação de Rocky com seu próprio filho de sangue (como se viu em Rocky Balboa, de 2006). Tudo isso envolve o espectador de maneira definitiva. São personagens e histórias tão conhecidos, que parecem fazer parte de sua própria família. Me tocou como nenhum outro dos filmes da franquia havia feito. Por isso mesmo, julgo que é o melhor de todos.
As referências são muitas. Há várias participações especiais (sem spoilers para não estragar as surpresas). Mas há também um cheiro de despedida no ar. Pode ser que Stallone já tenha contado tudo o que queria sobre esse cara que faz parte dele – e de nós também. Mas, tudo bem, afinal John Rambo vem aí – de novo. Rambo 5: Last Blood está em fase de pós-produção e deve estrear ainda este ano. Stallone é incansável!