O cinema está cheio de atrizes especialistas em interpretar mulheres fortes. Nos primórdios, tinha gente como Bette Davis e Joan Crawford (se ainda não viu a série Feud, veja). Nos anos 50, não havia ninguém como Susan Hayward. Talvez hoje em dia muitos não a conheçam, mas quem gosta de cinema clássico não esquece suas grandes personagens em filmes como Meu Coração Canta (1952), Esquina do Pecado, que ficou meses em cartaz no Brasil, como bem me lembrou meu amigo, o diretor de cinema Alfredo Sternheim, e Quero Viver, que lhe deu o Oscar em 1958. Seu estilo de atuar pode ter envelhecido, sendo um tanto exagerado e teatral, mas ela sempre era uma grande presença, uma estrela. Hoje (30), se estivesse viva, Susan completaria 100 anos. Em sua homenagem, resolvi criar essa pequena galeria de mulheres fortes do cinema, começando com ela, é claro!
A melhor das personagens de Susan Hayward foi obviamente a de Barbara Graham, condenada à morte pela morte de uma velha senhora em Quero Viver. Naquele ano, com esse papel, Susan ganhou o Oscar, o Globo de Ouro, o David di Donatello, o Prêmio dos Críticos de Nova York, entre outros. Uma vez ela disse: “eu aprendi muito cedo que a vida é uma batalha. Nós éramos pobres, e a única maneira de fugir daquela vida naquele tempo eram os filmes. Lá eu decidi que meu grande objetivo na vida era ganhar dinheiro. E foi então que me tornei uma mulher muito determinada.”
Hoje em dia, Jodie Foster vem se dedicando mais à direção do que à carreira de atriz. Seu último filme – no papel de uma mulher forte, é claro – foi em Elysium, de 2013. Mas antes disso, fez vários grandes papéis, como Valente (2007), O Plano Perfeito (2006), Plano de Voo (2005), O Quarto do Pânico (2002), Meninos de Deus (2002), Contato (1997) e, é claro, O Silêncio dos Inocentes (1991), que lhe deu seu segundo Oscar.
Bem, ela foi Ripley nos filmes de Alien. Só isso já demonstraria que Sigourney Weaver é poderosa. Mas teve muito mais. Lembra de Copycat – a vida imita a morte (1995), A Morte e a Donzela (1994), Nas Montanhas dos Gorilas (1988), o quase esquecido Testemunha Fatal (1981)? Recentemente, ela teve outro grande papel em Sete Minutos depois da Meia-Noite (2016). E novamente era aquela força que segurava tudo.
Como a Furiosa em Mad Max: Estrada da Fúria, Charlize Theron teve, em minha opinião, a melhor interpretação de 2015. Linda, forte, poderosa, ela vem construindo uma carreira recheada de grandes personagens femininos, para o melhor e para o pior. Ela ganhou seu Oscar em 2003, com Monster: Desejo Assassino. Depois vieram a desafiadora Josey de Terra Fria (2005), a louca Mavis de Jovens Adultos (2011), a estupenda Rainha Ravenna de Branca de Neve e o Caçador (2012), além de sua terrível sequência, O Caçador e a Rainha do Gelo (2016). Este ano ela foi vilã novamente em Velozes e Furiosos 8, e ainda vai voltar arrebentando em Atômica, a ser lançado em agosto. Veja só o que ela apronta no trailer:
Quem tem entre seus personagens Katniss Everdeen e Mystique, é muito poderosa não é ? Mas Jennifer Lawrence teve ainda outros papéis fortes além desses das franquias milionárias de Jogos Vorazes e X-Men. Ela já sofria o diabo, mas continuava sua busca pelo pai no filme que lhe deu sua primeira indicação para o Oscar, Inverno da Alma (2010). O prêmio veio por outra mulher especial, a Tiffany de O Lado Bom da Vida, em 2012. Outras indicações vieram com Trapaça (2013) e com a determinada Joy em Joy: o nome do Sucesso (2015). Agora ela vai viver uma sexy espiã russa que se apaixona por um agente da CIA, e considera a opção de se tornar uma agente dupla. O filme vai estrear em março de 2018.
É claro que tem muitas mais, só para citar as atuais, tem Meryl Streep, Julia Roberts, Viola Davis, Angelina Jolie, Milla Jovovich, Emily Blunt, Halle Berry, Susan Sarandon, Cate Blanchett. Mas isso é para outras oportunidades.