A briga entre as redes de cinema e a Netflix, que já vinham acontecendo há algum tempo, teve um novo momento no último festival de Cannes. Okja, esse lindo filme que chegou ontem (28) à Netflix, estava na lista dos concorrentes. Só que houve uma enorme discussão que ele não poderia concorrer visto que não teria um lançamento nos cinemas franceses antes de ficar disponível para os assinantes da Netflix. Ele continuou na competição, mas devido provavelmente à controvérsia acabou não levando nada.
Eu acho que toda esse blá-bla-blá é uma grande bobagem. O filme é lindo, emocionante, e deve ser reconhecido por isso. Se os Festivais ainda vivem há 20 anos atrás, o problema é deles. O que posso dizer é que Okja é um filme obrigatório, emocionante, com ótimos atores, com uma produção de alto nível (foi feito pela Plan B, de Brad Pitt, a um custo de 50 milhões de dólares). Vale conhecer!
Por 10 anos anos maravilhosos, a menina Mikha (An Seo Hyun) tem sido a cuidadora e companhia constante de Okja – um animal que parece uma mistura de porco e hipopótamo, mas inteligente e super amiga – em seu lar, nas montanhas sul-coreanas. Mas tudo isso muda quando a empresa Mirando Corporation leva Okja das montanhas até Seul e depois até Nova York, onde a diretora executiva da companhia, Lucy Mirando (Tilda Swinton), tem grandes planos para a querida amiga de Mikha.
Sem saber direito o que fazer, Mikha parte para uma missão de resgate, mas a sua já arriscada jornada logo fica mais complicada, quando seu caminho cruza com diferentes grupos de capitalistas, defensores dos animais e consumidores, cada um lutando para controlar o destino de Okja… Enquanto tudo o que Mikha deseja é levar sua amiga de volta para casa.
Okja é toda feita por efeitos especiais, mas tem um olhar doce e um jeito fofo, que lembra um cão amoroso. Com isso, logo de início, já conquista o público. Já a amizade profunda entre Okja e Mikha emociona todo o tempo, você acredita que a menina iria desafiar a tudo e a todos para salvar sua amiga. É impossível não se emocionar em vários momentos, com as cenas de Okja no laboratório, e principalmente com o quase final, com o pequeno porcão. Essa última me fez chorar. Você com certeza vai repensar na próxima vez que lhe oferecerem carne de porco numa refeição.
O elenco é de estrelas. Tilda Swinton (também produtora), faz as duas vilãs irmãs. Paul Dano, Lily Collins e Steven Yeun (de The Walking Dead, que aqui também leva uma bela cacetada na cabeça, sem o mesmo efeito da série, claro) como os defensores dos animais, e Jake Gyllenhaal, num papel totalmente diferente, como o veterinário aventureiro. Tanto ele como Tilda fazem vilões exagerados, talvez um pouco até demais, mas de qualquer maneira são um perfeito contraponto para a simplicidade da menina An Seo Hyun.
Ah, e assista até o fim de tudo. Como um bom filme de cinema, tem cenas pós-créditos.