O cinema argentino tem cada vez mais se destacado no cenário mundial. Aqui no Brasil, tem um público certo, especialmente nos casos em que o filme é estrelado por Ricardo Darín, a maior estrela daquele país. E como ele filma! Seu último trabalho estreou essa semana nos cinemas, e como sempre, deve ser visto. Trata-se de Neve Negra, um drama de suspense sobre uma família cheia de segredos.
Só que dessa vez, diferentemente da maioria dos casos, Ricardo não é o principal. O provavelmente segundo maior ator do cinema argentino, Leonardo Sbaraglia, é o protagonista. Como Marcos, ele é um homem que vive na Espanha e volta à Argentina juntamente com a esposa após a morte do pai. Lá ele vai tentar convencer o irmão Salvador (Darin) a vender para investidores as terras onde ele vive no meio da neve na Patagônia. Esse reencontro vai trazer à tona vários segredos da família, que tem uma ligação direta com a morte do irmão mais novo de ambos, muitos anos antes.
O diretor Martin Hodara chegou a vir ao Brasil para o lançamento do filme, que foi a produção nacional mais vista na Argentina em 2017. Na ocasião, ele falou sobre o tempo que demorou para que a produção pudesse ser iniciada. Quando ele finalmente conseguiu juntar o elenco que queria (imagine tentar se encaixar na agenda de Darín? Rs), faltou neve na Argentina. Como a neve era quase um personagem no filme, ele teve que transferir as filmagens para Andorra. E conseguiu um brilhante resultado. As tomadas na neve são maravilhosas e criam um clima de isolamento, tão necessário para a história.
Algumas coisas no roteiro me pareceram previsíveis, mas os motivos, estes sim é que são realmente inesperados, o que já é um ponto positivo. No final, o desfecho parece não combinar com o resto do filme, mas tem aquele momento, ou olhar, que conquista a maioria das plateias.