Alan Ball é um daqueles realizadores que admiro totalmente. Ele foi roteirista de Beleza Americana e principalmente o criador de True Blood, uma de minhas séries favoritas de todos os tempos. Por esse motivo, quando li que ele era o diretor de Tio Frank, que está disponível na Amazon Prime Video, fiquei mega entusiasmada para assistir. E não me decepcionei!
Tudo se passa nos anos 70. Beth (Sophia Lillis) é uma garota de 14 anos de uma família típica do interior do sul dos Estados Unidos. Ela é tímida e inteligente. Mas a única pessoa com quem consegue conversar é o seu tio Frank ( Paul Bettany). Ele é um professor universitário em Nova York. O tempo passa, e Beth entra para a universidade. Começa então a conviver mais com seu tio e descobre que ele é gay (a cena da revelação é ótima). Quando acontece uma morte na família, eles tem que retornar para sua cidade e enfrentar os seus demônios internos .
Alan Ball adora mostrar essas pessoas do interior, como já fez em True Blood. Aliás, é mais um filme da leva recente a tratar do tema de gente que vai embora, e tem que retornar para sua cidadezinha pequena. Era uma Vez um Sonho fez um bom barulho na Netflix há algumas semanas. Eu confesso que gosto mais de Tio Frank. Ele tem um pouco de humor, é mais leve, você consegue ter uma identificação maior com a história. Também tem grandes interpretações.
O elenco e o veredito
Paul Bettany tem provavelmente uma das melhores atuações de sua carreira como o personagem do título. Eu adoro Sophia Lillis desde It – A Coisa. Ela está ótima com suas expressões que ilustram bem o momento de descobertas. E principalmente, amei Peter Macdissi (Wally). Impossível não gostar de seu personagem. Macdissi é também marido de Alan Ball, e cuja parceria no trabalho vem desde os tempos de Six Feet Under. Mas elenco ainda tem mais gente ótima, como Margo Martindale, Stephen Root, Steve Zahn, Judy Greer. E, é claro, a avó de Sookie Stackhouse (rs), Lois Smith, impagável como sempre. Repare na sua expressão na cena da divisão do dinheiro!
A primeira parte de Tio Frank é melhor, com todas as descobertas de Beth. Quando eles partem para o interior, o ritmo cai um pouco. Mas mesmo assim, me conquistou com sua reconstituição de época, sua fotografia todas em tons de amarelo, seus diálogos perfeitos. Diz a lenda que essa história, escrita por Alan Ball, teria várias situações autobiográficas. E que a história do tio Frank teve inspiração na vida do pai do próprio Ball. O filme teve sua estreia no Festival no Festival de Sundance deste ano. Foi também exibido no Festival de Deauville, onde recebeu o prêmio do público. Confesso que me emocionou como não ficava há um bom tempo.