A Rainha de Katwe tinha tudo para ser um grande fracasso de bilheteria. Afinal, conta uma história pouco conhecida, passada no meio de uma favela de Uganda, com os atores principais desconhecidos. As exceções são Lupita Nyong’o e David Oyelowo, excelentes, mas que não podem ser considerados grandes atrações de público. Com isso, sim, o filme foi um fracasso nos Estados Unidos. Só que tudo que acabei de mencionar não deve influenciar você na hora de decidir se vai ou não assistir ao filme, que estreou esta semana. A Rainha de Katwe é um filme emocionante, e ainda mais comovente por se tratar de uma história real.
Para a garota de 10 anos Phiona Mutesi (a estreante Madina Nalwanga) e sua família, a vida na favela de Katwe em Kampala, Uganda, é uma luta constante. Sua mãe, Harriet ( Lupita Nyong’o), é extremamente determinada a cuidar de sua família e trabalha incansavelmente vendendo mlho no mercado para ter certeza de que seus filhos terão o que comer e uma casa para morar. Quando Phiona conhece Robert Katende (Oyelowo), um jogador de futebol que virou missionário e ensina xadrez para crianças locais, ela fica fascinada. O xadrez exige bastante concentração, pensamento estratégico e assumir riscos, habilidades que são todas aplicáveis na vida cotidiana, e que segundo Katende faz com que os jovens se sintam confiantes através do jogo. Phiona fica impressionada com a inteligência e sagacidade que o jogo exige e imediatamente demonstra potencial. Reconhecendo a aptidão natural e determinação da menina para o xadrez, Katende passa a ser seu mentor, enquanto Harriet reluta em encorajá-la, para evitar que sua filha se frustre. À medida que Phiona começa a ter sucesso nas competições locais de xadrez, Katende começa também a ensiná-la a ler e escrever para que ela possa ter uma educação escolar. Ela rapidamente avança nos rankings dos torneios, e sua mãe acaba percebendo que Phiona tem uma oportunidade de se sobressair. Assim ela se se junta a Katende para ajudá-la a desenvolver seu potencial extraordinário, e escapar de uma vida de miséria.
Dirigido por Mira Nair, ele tem aquele colorido tão especial e vibrante que ela inclui em todos os seus filmes, mas sem suavizar a miséria e toda a situação difícil que todos os personagens enfrentam. Do início ao fim, o choque do ambiente está presente. Portanto, não é um filme fácil de ver. Mas a mensagem é positiva. Fala sobre perseguir seu sonho, trabalhar com dedicação mesmo que tudo pareça estar contra você. E com isso, é claro que emociona. Especialmente com a atuação de Lupita como a mãe. Ela obviamente não tem a idade certa para a personagem, que já é mãe de uma pessoa adulta. Mas ela está tão poderosa dentro de sua força de uma mulher sozinha, que você até esquece esse detalhe. Outro dos atores que me impressionou foi o estreante Martim Kabanza, que faz o irmão de Phiona, Brian. Tão natural, um talento nato. Espero que sinceramente tenha outras oportunidades no cinema.
No final, talvez a parte mais emocionante do filme vem com os créditos, quando os atores ficam lado a lado com as pessoas reais ao som da lida música Back to Life com Alicia Keys. Impossível não sair do cinema com essas imagens e sons na cabeça.
valnei batista dos santos
21 de janeiro de 2020 às 8:54 am
um dos melhores filme de todos os tempos