Pouco me lembro do desenho da Disney dos anos 70, Meu Amigo o Dragão, que misturava desenho com atores. Na época, foi uma excelente opção fazer o dragão com os traços de desenho, como o estúdio já tinha feito anteriormente com os bichos de Mary Poppins. Hoje, com o avanço dos efeitos especiais, pode parecer ultrapassado, mas ainda mantém seu charme para os que viveram aquela época. Só que agora, com Game of Thrones por aí, o projeto de um novo Meu Amigo, o Dragão tomou forma, e o novo filme vai estrear no cinema amanhã. Vale muito a pena.
A novo filme tem pouco em comum com o original, a não ser a história da amizade entre o menino e o dragão. Tanto que o diretor David Lowery o chama de “uma reinvenção” e não de refilmagem. Durante anos, um velho escultor de madeira, Meacham (Robert Redford), tem encantado crianças locais com suas histórias sobre o temível dragão que mora no meio da floresta perto da cidadezinha onde vivem. Para sua filha, Grace (Bryce Dallas Howard), que trabalha como guarda florestal, elas são pouco mais do que histórias fantásticas…até que conhece Pete (Oakes Fegley). Pete é um misterioso garoto de 10 anos sem família, nem casa, que diz viver na floresta com um dragão gigante e verde chamado Elliot. Segundo as descrições de Pete, Elliot parece ser extremamente semelhante ao dragão das histórias de Meacham. Com a ajuda de Natalie (Oona Laurence), uma garota de 11 anos cujo pai Jack (Wes Bentley) é dono da madeireira local, Grace parte em busca de descobrir de onde Pete veio, onde é o seu lugar e a verdade sobre esse dragão.
O filme não foi muito bem de bilheteria nos Estados Unidos, mas foi uma injustiça. É bonito, envolvente, com efeitos especiais excelentes, resultando num programa perfeito para a família. Fala sobre amizade, consideração com animais, ecologia, mas nada em tom forçado. É só um tanto estranho ver Robert Redford fazendo um vovô (!!), mas como ele é corajoso e não tem muito respeito às regras, é mais fácil de aceitar. Bryce Dallas Howard tem aquele olhar doce de sempre, e como o “vilão” está Karl Urban, que entrou no lugar de Michael C. Hall, e tem aquele jeito mal-humorado que a gente conhece bem de Star Trek.
Com belas paisagens (as locações foram feitas na Nova Zelândia!!), o filme tem seus melhores momentos ao mostrar a relação entre Pete e Elliott. Para todo mundo que considera seu animal de estimação um amigo, a relação desses dois vai emocionar. Muito!