Ok, a crítica ama os filmes de Wes Anderson. Não é o meu caso. É claro que admiro o fato que ele criou um estilo de narrativa todo próprio – e ainda consegue atrair atores incríveis para suas produções. Meu problema é que apesar de achar todos os seus filmes esteticamente lindos, eles também são muito tediosos. Não é diferente em Asteroid City, que estreia nos cinemas nessa quinta. Mesmo com a história interessante, tive que lutar com todas as minhas forças para não cair no sono.
A história se passa na década de 1950 em uma cidade fictícia do deserto norte-americano. Encenada como uma peça, Asteroid City segue uma convenção organizada para unir alunos e pais em uma competição acadêmica. Até que o caos repentinamente se instala, com a chegada de um extraterrestre. Com isso, o exército resolve impor uma quarentena. Ou seja, todos terão que ficar an cidade por mais tempo que esperavam . E lá acontecerão eventos que poderão mudar a vida para sempre.
O que achei?
A direção de arte é simplesmente sensacional, assim como a fotografia (apesar de que em alguns momentos você terá vontade de acertar o contraste, rsrs), os figurinos, a trilha sonora. Como uma obra de arte visual o filme é muito bom. A ideia do roteiro também é interessante, colocando tudo como se fosse uma peça de teatro. E há também outras influências como, por exemplo, Bryan Cranston como o narrador, fazendo uma homenagem a Rod Serling (Além da Imaginação). Entretanto há uma preocupação tão forte de Wes Anderson com o estilo, que ele entrega inclusive uma narrativa totalmente discursiva, e esquece de se entusiasmar com a história.
Para se ter uma ideia, todos os atores usam o mesmo tom e a mesma marcação de diálogo – todo o tempo. É quase impossível não “dar umas pescadas” (ainda bem que tinha o meu estoque de balinhas para me manter acordada). E isso é quase um crime com a audiência, especialmente quando você tem um elenco tão sensacional como o de Asteroid City. Alguns, é claro, estão restritos a basicamente uma ponta. É o caso de Hong Chau (indicada ao Oscar por A Baleia), Willem Dafoe e Margot Robbie, todos restritos a uma cena. E para se ter uma ideia, nem reconheci Sophia Lillis!!
Mas, há muito mais gente boa que não tem grandes chances. É o caso dos parceiros costumazes do diretor como Tilda Swinton, Edward Norton, Adrien Brody e Jason Schwartzman (que faz o papel principal). E claro, Tom Hanks e Scarlet Johansson. No final, na minha opinião, quem conseguiu se sair melhor foi Bryan Cranston como o narrador.
E no final…
É claro que você vai dar uma risadinha aqui , outra ali – a ideia é que o filme seja uma comédia, tá? Há também um número musical simpático no meio. Mas, tenho certeza que será o suficiente para os fãs incondicionais do diretor adorarem. Mas duvido que ele consiga novos admiradores.