Muitas vezes a gente se pergunta qual o caminho que um grande ídolo teve de percorrer para chegar no topo. Além do talento, ele provavelmente dependeu de alguém que acreditou em seu talento, certo? Pois A Era de Ouro, que estreia nessa quinta nos cinemas, conta justamente a história desse descobridor. Você nunca deve ter ouvido falar de Neil Bogart. Mas ele foi o cara que possibilitou o sucesso de gente como Donna Summer, KISS, e o Village People. A Era de Ouro conta a história de Neil desde o começo, e como ele lançou toda essa gente. É uma biografia sem nada especial como cinema (até meio fraquinha), mas gostei de conhecer essa história – e ouvir os grande hits da era Disco (que eu adoro).
Neil Bogart é um cara sonhador que, começando com muita vontade e pouco dinheiro, acabou se tornando bilionário e criou seu selo Casablanca Records em 1974. Foi uma fonte de descoberta e lançamento para a fama de muitos dos cantores e grupos mais famosos da história nos anos 70. A história de superação de um homem que, apesar de morrer aos 39 anos, viu seu sonho se tornar realidade graças à perseverança e à crença de que tudo é possível e vale a pena tentar. O filme começa em sua juventude, com vários bicos, e também com sua entrada no mundo da música. Ele também aborda sua vida pessoal, mostrando seus dois casamentos.
O que achei?
Vale deixar claro que o filme foi escrito e dirigido por um dos filhos de Neil, Timothy Scott Bogart, como uma homenagem ao seu pai. Os outros filhos de Neil estão na produção. Ou seja, não há como escapar de ser um filme “chapa branca”. Sim, ele mostra as traições, as loucuras, o vício em bebida e drogas. Mas tudo é mencionado de uma maneira que você perdoa qualquer deslize. Não há nenhum grande momento (talvez o final), e me pergunto se em mãos mais capazes, essa história tão rica não poderia ter sido um grande filme.
O elenco é ok. Jeremy Jordan, o Winn de Supergirl, dá tudo de si para aproveitar a grande oportunidade da carreira, mas talvez precisasse de um diretor melhor. O elenco ainda tem Michelle Monaghan e Lindsy Fonseca (da série Nikita). Quanto aos atores que fazem os talentos, todos tem uma bela voz, mas fisicamente não se parecem em nada com os biogrados (especialmente Tayla Parx como Donna Summer). Tente reconhecer Sebastian Maniscalco (Meu pai é um Perigo) como Giorgio Moroder – eu só percebi depois que vi nos créditos.
Mas deixo claro que A Era de Ouro não é ruim. A história é interessante, a reconstituição de época idem. E, claro, as músicas – o final com Last Dance chega a ser emocionante. Mas, creio que só vai gostar mesmo quem tem a memória afetiva da Era Disco – um tempo tão diferente do que existe hoje.