Em meados do ano passado, passou no cinema Dunkirk, um filme de guerra que contava um episódio da Segunda Guerra Mundial, quando a maior parte das forças britânicas ficou encurralada na cidade à beira-mar na França, próxima ao canal da Mancha pelo exército Nazista. O filme é ótimo – inclusive está na minha lista dos dez mais do ano passado. E o que aconteceu em Dunkirk também é um ponto importante de O Destino de uma Nação, que estreia essa semana nos cinemas.
Só que ao contrário do anterior, que se concentrava na situação dos soldados e de outras pessoas no front, aqui em O Destino de uma Nação, o foco é o governo, e os planos sobre o envolvimento da Inglaterra na II Guerra Mundial, onde a situação de Dunkirk tem um grande peso sobre a decisão final. Tudo se passa durante o período de um mês, maio de 1940. Hitler estava começando seu domínio da Europa, e na Inglaterra, o primeiro-ministro é deposto pois sua estratégia de conseguir um acordo de paz não estava funcionando. Para seu lugar, mesmo com as dúvidas do rei George (pai da Rainha Elizabeth), é chamado Winston Churchill, uma figura difícil, mas especialmente brilhante. Ao chegar no cargo, ele fica dividido entre aquilo que algumas forças do governo desejam, o já referido tratado de paz, ou permanecer firme para lutar pelos ideais de liberdade que fazem a base da Grã-Bretanha. Com seu próprio partido conta ele, o povo sem saber direito o que está acontecendo, Churchill terá que fazer a escolha certa para determinar o destino não só de uma nação, mas do mundo inteiro.
O elenco, cheio daqueles maravilhosos atores britânicos é um deslumbre. Kristin Scott Thomas é a incrível esposa de Churchill, e como os políticos, estão gente como Stephen Dillane, o Stannis Baratheon de Game of Thrones aqui também maquinando para tentar assumir o poder, e Ronald Pickup, que assumiu o papel de Neville Chamberlain após a morte de John Hurt – a quem o filme é dedicado. Além, é claro, de Ben Mendelsohn, ótimo como o rei, e a sempre doce Lily James, como a datilógrafa Elizabeth Layton. Aliás, há uma cena entre ela e Gary Oldman, onde Elizabeth fala sobre o irmão, que realmente me fez chorar. Então prepare-se.
Falando em Oldman, é até desnecessário falar sobre sua atuação. Ele é sempre ótimo. Lembro até hoje de quando o “descobri” como o apaixonado vampiro de Drácula de Bram Stoker. Ele sempre me surpreende. E aqui, mesmo debaixo de uma quantidade enorme de maquiagem, ele emociona, e faz um Churchill incrível. Não é à toa que ganhou o Globo de Ouro de ator no último domingo. Isso além de vários prêmios de associações de críticos, e também o do Palm Springs Film Festival, que aconteceu semana passada. Ele é ótimo e deve estar entre os indicados ao Oscar, que serão anunciados dia 23. Então vale conhecer logo essa atuação, não?