Um Completo Desconhecido, que estreou hoje nos cinemas, concorre a 8 Oscars. São eles melhor filme, ator (Timothée Chalamet), atriz coadjuvante (Monica Barbaro), ator coadjuvante (Edward Norton, sensacional), direção (James Mangold), som , roteiro adaptado e figurino. Acho isso tudo exagerado. na minha opinião deveria ficar somente como ator coadjuvante, som e figurino. E mais pra frente vou dizer a razão.
O filme se passa na influente cena musical de Nova York do início dos anos 60. Bob Dylan (Timothée Chalamet) é um jovem músico de Minnesota, e tem apenas 19 anos. Ao arrumar um jeito de conhecer o famoso cantor Woody Guthrie (Scoot McNairy), ele dá o primeiro passo para o sucesso com a ajuda do músico Pete Seeger (Edward Norton). Passando de cantor folk para as salas de concerto e ao topo das paradas, ele muda completamente sua vida, enquanto se envolve com duas mulheres, Sylvie Russo (Elle Fanning) e a cantora Joan Baez (Monica Barbaro). E tudo isso vai culminar com sua performance inovadora de rock and roll elétrico no Festival Folclórico de Newport em 1965.
O que achei?
E acabei perdendo a sessão para a imprensa do filme, e fui assistir hoje numa sessão normal no meio da tarde. Tinha quase 50% da sala. Claramente, o Oscar este ano está envolvendo mais as pessoas. Mas o que vi em Um Completo Desconhecido foi uma biografia que se passa durante somente um recorte da vida de Bob Dylan. E contada de uma maneira bem tradicional, nada que fizesse vislumbrar a quantidade de indicações que recebeu. Confesso que fiquei bem mais impressionada com Better Man, que vai estrear semana que vem , e é a biografia de Robbie Williams. Muito mais emocionante e com uma linguagem diferenciada.
De qualquer maneira, para quem é fã das músicas de Bob Dylan, é um prato cheio. É um musical ao estilo clássico. Tem o seu valor já que os atores cantam com suas próprias vozes – isso inclui Timothée Chalamet, Monica Barbaro e Edward Norton.
Este último é o que se sai melhor, tanto em termos de atuação como de voz. Monica Barbaro se esforça (gosto dela), mas fiquei muito mais impressionada com a atuação de Elle Fanning do que com a dela. E Timothée… Confesso que só gostei realmente dele em Wonka. De resto, acho que sempre faz o mesmo papel, o dele próprio. E é interessante reparar que às vezes ele esquece o jeito de falar de Bob Dylan. Ou seja, às vezes faz o sotaque outras não, rsrs. E as melhores cenas dele são quando está usando os óculos escuros – e me lembrou de Cate Blanchett, rsrs. Timothée mais uma vez não me convenceu – mas Hollywood parece ter gostado, visto que ele até venceu o SAG Awards.
E no final…
É claro que gostar mais ou menos do filme vai depender do quanto você gosta de Bob Dylan. Não está entre meus intérpretes preferidos (não vou discutir o valor de suas músicas). E, além disso, acho o personagem pretensioso e chato (sei que vão me odiar por isso, rsrs). Apesar dos bons valores de produção (reconstituição de época, fotografia ao estilo anos 70, belo figurino), não é um filme que estaria entre meus melhores do ano, e nem como uma biografia destacada. Me choca saber que uma trabalho desse de James Mangold tirou a vaga de Edward Berger (Conclave)
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