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Cinema

Um épico para contar a história de Noé

Fui esperando muito pouco de Noé. Brincava com amigos um pouco antes que um filme dirigido por Darren Aronofsky  e estrelado por Russel Crowe era certeza de um bom momento sonolento. Estava sendo má. O filme não é ruim. Tem bons momentos e principalmente tem a melhor interpretação de Russell Crowe em anos. Provavelmente desde Gladiador.

O início me deixou um pouco preocupada. Achei que era um trailer de Transformers quando os anjos caídos personificados  por gigantes de pedras começaram a aparecer no meio da história de Caim e Abel. Exagero meu. Eles pareciam mesmo eram com as árvores andantes de O Senhor dos Anéis. Brincadeiras à parte, estes efeitos me incomodaram profundamente durante toda a primeira parte do filme. Mesmo tendo as vozes de gente do calibre de Frank Langella e Nick Nolte.

O filme acompanha a história desde o início (mesmo, com Adão e Eva) e que Noé seria um descendente dos bons (Abel) enquanto o assassino de seu pai seria um descendente de Caim. Logo em sua primeira cena como adulto, Noé recebe uma mensagem divina dizendo que o mundo será destruído e que ele e sua família têm que estar preparados. Após chegar a montanha onde seu avô, Matusalém (Anthony Hopkins, que ficou a cara do Mestre dos Magos de A Caverna do Dragão. Pode reparar!) vive, ele finalmente descobre que deverá construir a arca. Para alcançar seu objetivo, Noé vai ser teimoso, radical e incompreensivo. E sua fé pode afastar aqueles que lhe são mais próximos.

Não conheço profundamente a passagem de Noé na Bíblia, mas lembro que ela é bem rápida. Então Aronofsky, que sempre foi fascinado pelo personagem, tomou algumas liberdades para transformar um texto curto num épico de 138 minutos. E muitas vezes enrola demais. Poderia ter deixado o filme um pouco mais curto e mais eficiente. Mas tem bons efeitos, principalmente os do dilúvio. Os animais, totalmente criados em computação gráfica, são ok mas não absurdamente fantásticos.

Já o elenco está muito bem. Emma Watson comprova que é uma boa atriz como Ila, filha adotiva de Noé. Jennifer Connely, sempre correta, tem uma ótima cena quando pede que Noé volte atrás em sua decisão. Até Logan Lerman ( o Percy Jackson ) surpreende como o filho rebelde. Já Russel Crowe, num papel anteriormente oferecido para Michael Fassbender e Christian Bale, finalmente acerta como Noé. Me fez lembrar até aquele homem charmoso de Rápida e Mortal, que eu julgava desaparecido para sempre.

Noé estreou em primeiro lugar no último fim de semana nos Estados Unidos, com uma bilheteria de 44 milhões de dólares. Um suspiro de alívio para os executivos de Paramount, que estavam claramente com medo da reação do público a um tema tão controverso quanto religião. Mas no final não tinham com que se preocupar. Com exceção de alguns países onde foi proibido por contradizer as lições do islamismo, o resto do mundo deve achá-lo até bem respeitoso.

Eliane Munhoz

3 Comentários

1 Comentário

  1. Liliane Coelho

    3 de abril de 2014 às 11:38 pm

    Que bom que Russel voltou a acertar, porque recentemente ele estava só decaindo…

  2. Eduardo Pepe

    3 de abril de 2014 às 11:39 pm

    Mais uma bola dentro da Emma Watson, que anda escolhendo os papéis certos desde que acabou a série Harry Potter.

  3. Rafael Cardoso

    4 de abril de 2014 às 12:40 am

    Comprova não, seria melhor o termo reafirma, porque Emma já tinha mostrado que tinha de fato talento (mesmo pós-hatty potter) em As Vantagens de Ser Invisível e tbm em Bling Ring.

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