A história de Aniquilação foi motivo de discórdia mesmo antes do filme chegar ao público. Afinal, após as primeiras exibições teste, o estúdio achou que o filme era muito complicado e muito intelectual. Então foi pedido que o diretor, Alex Garland, fizesse algumas mudanças no filme, como tornar a personagem principal, vivida por Natalie Portman, ficasse “um pouco mais simpática” e também que o fim fosse modificado. Só que o diretor, e o produtor Scott Rudin, que tinha direito à edição final do filme, se recusaram. Com esse impasse, o estúdio decidiu buscar uma terceira opção. E com isso, o negócio foi fechado. O filme seria lançado nos cinemas nos Estados Unidos e na China, enquanto os direitos do resto do mundo ficariam com a Netflix.
Demorei para ver o filme – estava na fila, rs -mas finalmente, depois de assisti-lo é possível perceber que foi realmente uma boa saída. Afinal, o filme, baseado no primeiro livro de uma trilogia escrita por Jeff Van Der Meer, é realmente difícil, e durante vários momentos, muito chato de acompanhar. Tudo começa quando o marido de Lena (Natalie Portman), Kane (Oscar Isaac) sai em uma missão e desaparece por um ano. Quando ele retorna bem diferente do que era, Lena, que é bióloga, resolve se inscrever em uma expedição que irá para uma zona de desastre ambiental, onde ela acredita que poderá encontrar as respostas sobre o que está se passando com o marido. Só que ela acha uma situação muito diferente do que esperava. Junto com ela está um time de mulheres, com uma antropóloga, uma psicóloga, uma pesquisadora e uma especialista em linguagem.
O filme provocou aquele tipo de divisão que cada mais vemos com relação à tudo hoje em dia. Muitos críticos gostaram e elogiaram a direção de arte bem como o clima aterrorizante, enquanto a grande maioria do público achou pretensioso. O trailer prometia um interessante suspense com muitos momentos de terror. Sim, isso existe no filme. Mas, na minha opinião, a história se move muito lentamente para chegar nesses momentos, de uma certa forma entediando o público. Além disso, a história é complicada, e sinceramente, não faz muito sentido. A sensação que fica é de muito estilo e pouca substância.
O elenco, obviamente é de destaque, mas elas não parecem estar em um bom momento. Além de Natalie, estão lá Gina Rodriguez, Tuva Novotny, Tessa Thompson e Jennifer Jason Leigh. Essa última volta a fazer aquele personagem sem vida, que sempre foi sua especialidade. Mas o que fica é que parece que todas estão perdidas, mais ou menos como a gente durante basicamente o filme inteiro.