As filmagens de 4×100: Correndo por um Sonho aconteceram em 2017. O filme deveria ter sido lançado no ano passado junto com as Olimpíadas de Tóquio. Só que aí veio a pandemia, e tudo teve que ser adiado. Ele finalmente está sendo lançado nos cinemas hoje (24). Logo no início, há um aviso sobre a situação, sobre o adiamento da Olimpíada. E prepara a audiência para aquilo que vai encontrar.
Tudo começa com uma derrota no revezamento 4×100 durante os jogos no Rio. Isso vai marcar para sempre as vidas das atletas. Anos depois, Maria Lúcia, a culpada pela eliminação, segue brilhando no atletismo e na mídia. Já Adriana, que trabalhou duro na competição, vive frustrada de pequenas lutas de MMA. Agora, elas têm uma nova chance de reescrever suas histórias com a Olimpíada de Tóquio. Será que essa dupla conseguirá deixar suas desavenças de lado pelo grupo?
A crítica
Fiquei muito surpresa – positivamente – com 4×100: Correndo por um Sonho. A gente está acostumada a ver tantos filmes americanos sobre a luta de atletas para conquistarem um pódio. Sim, já tivemos alguns, mas sempre baseados em histórias reais de figuras conhecidas. É a primeira vez, que eu me lembre, que vemos uma sobre personagens de ficção, e ainda mulheres que vivem a difícil vida do atletismo no Brasil. Foi uma luta da atriz Roberta Alonso (que faz o papel de Rita). Ela que visualizou essa história no cinema e foi atrás de produtores. O filme mostra os problemas pessoais dessas mulheres abnegadas, e que dependem uma da outra para alcançar seus objetivos.
O Japão mostrado na tela foi todo criado aqui no Brasil mesmo. E funciona. Boa parte foi criada com efeitos especiais. O público que lotava as arenas dos jogos era feito completamente por CGI. Tudo muito bem feito. As atrizes também estão todas ótimas. Falam como a gente, não aquela coisa discursiva que é uma mania em voa parte dos filmes nacionais. Foi um prazer de ver – e ouvir.
No final, o filme ainda faz uma pequena homenagem às grandes estrelas da história do nosso atletismo. Gente que foi em frente sem apoio. Importante lembrar delas. E com esse fechamento, acaba sendo um grande filme, que emociona, que vai fazer você torcer por essas mulheres, e ainda até dar uma choradinha no final.
Eu tive o prazer de conversar com o diretor Tomás Portella e com o elenco sobre o filme. Estavam lá Thalita Carauta, Cintia Rosa, Fernanda de Freitas, Roberta Alonso, Priscila Steinman e Augusto Madeira. Veja aqui o vídeo: