A crítica em geral amou Moonlight: Sob a Luz do Luar. O filme ganhou vários prêmios, como o dos críticos de Los Angeles e o National Society of Filme Critics . Além disso, concorre este fim de semana a oito Oscars – filme, diretor ( Barry Jenkins), ator coadjuvante (Mahershala Ali), atriz coadjuvante (Naomie Harris, ótima), roteiro adaptado, fotografia, edição e trilha sonora . Ele estreia este fim de semana nos cinemas e eu fui contra a corrente. Achei fraco e chatíssimo.
Além de tudo, é longo. Não, não tem mais de duas horas, mas parece muito mais. É dividido em várias fases da vida do garoto Little, apelido de Chiron, quando pequeno. Diferente dos demais, calado e considerado estranho, Little enfrenta os problemas de bullying e do dia a dia com a mãe viciada. Seu único amigo é um traficante que, por incrível que pareça, acaba lhe dando uma sensação de calma e normalidade, fazendo às vezes de uma figura paterna. A segunda fase, quando ele é adolescente e usa seu próprio nome, mostra a descoberta de sua sexualidade, a piora da mãe e finalmente de uma atitude que vai definir seu futuro. Já na terceira, como Black, relata os momentos de sua vida adulta e como tudo o que passou moldou sua personalidade e forma de ver a vida.
Não vou entrar aqui na discussão de que os grandes heróis do filme são traficantes, o que seria um sério problema de mensagem. O filme até começa bem com a história do menino, tendo a participação de Mahershala Ali como Juan, o traficante compreensivo, e de Janelle Monae (que também está em Estrelas Além do Tempo). Mas depois, ele se perde totalmente, se arrastando pelo restante de sua uma hora e pouco. Situações se repetem, e a cena “romântica” do reencontro com um amor do passado tem uma direção e uma trilha sonora que faz parecer que a qualquer momento alguém vai aparecer e soltar uma piada. Sinceramente não consigo entender essa lavagem cerebral aparente que fez que muita gente fosse totalmente conquistada pelo filme.
Os atores de Moonlight após receber o prêmio Gotham de melhor elenco
Moonlight começou o ano como um surpreendente favorito para a temporada de premiações. Foi perdendo força. Também não conseguiu conquistar o público, fez pouco mais de 20 milhões nas bilheterias americanas. E, nesse caso, eu concordo totalmente com a voz do povo.