Eu sou grande fã dos filmes de Luc Besson. Desde O 5º Elemento, passando pelos recentes Lucy e A Família, admiro sua forma de contar histórias, com o visual sempre um tanto kitsch e colorido. Em seu filme mais recente, Valerian e a Cidade dos 1000 Planetas, que estreia essa semana nos cinemas, não é diferente, apesar de que ele leva tudo ao seu ponto mais exagerado. Ou seja, você tem que curtir muito o ridículo, o “over” para embarcar na história. Eu embarquei!
Talvez seja esse um dos motivos pelos quais o filme foi um retumbante fracasso nos Estados Unidos. Para se ter uma ideia, ele é oficialmente o filme mais caro já produzido na França, com um custo de cerca de 210 milhões de dólares. Só que ele fez apenas 36 milhões nos Estados Unidos, e por enquanto sua bilheteria está por volta dos 50 milhões no resto do mundo. Muito longe para atingir os 600 milhões que seriam necessários no total para sair do vermelho.
O fracasso pode ser atribuído ao visual, mas também ao fato que hoje em dia pouca gente deve conhecer os quadrinhos de Valerian, que influenciaram não só Luc Besson desde O 5º Elemento, mas também George Lucas em sua “pequena” produção chamada Guerra nas Estrelas. Adaptado das histórias escritas por Pierre Christin e ilustradas por Jean Claude Mezierres há 50 anos, o filme acompanha as aventuras de Valerian e sua companheira Laureline que são agentes interplanetários responsáveis por recuperar algo muito importante (e muito fofo) para o universo. Só que no meio do caminho, eles têm que desvendar o mistério que destruiu um planeta e quase dizimou toda a sua população.
Na sessão para a imprensa, muitos disseram que a história era confusa, muito cheia de idas e vindas. Discordo. O único momento em que achei que havia uma pequena “barriga” foi em todo o arco da história de Rihanna, como Bubble, uma metamórfica. Os fãs da cantora, entretanto, vão com certeza amar o seu número de dança.
O filme anda tem as participações especiais de Clive Owen e Ethan Hawke, que nos fazem concordar que a idade chega para todos. Como os astros principais, Dane DeHaan e Cara Delevingne tem resultados diferentes na tela. Não creio que dê para acreditar que ele é um herói sedutor. Afinal, sua cara de garotinho não permite. Cara, por outro lado, já demonstrou em outros filmes assim como aqui, que tem carisma para continuar, apesar de sua atuação ser basicamente a mesma sempre.
No final, infelizmente, parece que o grande sonho de transportar essa história para o cinema saiu caro demais para Luc Besson. Mas como sua fã, ele não me desapontou. E sim, me divertiu!