Eu gosto muito de filmes que assustam mostrando pouco. Daquele tipo em que o medo aparece mais com a sugestão do que pode estar escondido nas sombras do que propriamente com closes nojentos de monstros assustadores. Vida, a ficção-científica que estreia esta semana nos cinemas, tem um pouco dos dois. E, nesse caso específico, ambos assustam.
O filme segue a jornada de um grupo de cientistas astronautas que estão pesquisando uma forma de vida, que inicialmente é apenas uma célula, que foi encontrada no meio da Terra coletada em Marte. Não é preciso ter assistido muitos filmes para saber que essa história não vai acabar bem. E o que começa como uma coisinha fofa, tipo Baby Groot, vai virar Alien, o 8º Passageiro, sua óbvia inspiração. As mortes estão entre as mais “asfixiantes” que já vi no cinema, realmente passa uma experiência de desespero, especialmente a do ratinho. Ah, e isso não é spoiler – na primeira cena que ele aparece já fica claro que terá um destino ruim, mas realmente eu não esperava algo tão “graficamente” ruim.
No elenco, Jake Gyllenhaal está ótimo como sempre, Ryan Reynolds providencia o alívio cômico (mas não por muito tempo), e Rebecca Fergunson não tem muito o que fazer. Além disso, o filme tem alguns pequenos problemas de ritmo. Algumas explicações científicas o tornam um pouco mais lento do que a maioria da audiência de uma filme de ficção/terror está acostumada. Isso deve explicar a razão pela qual o filme não foi bem de bilheteria nos Estados Unidos – cobriu somente metade de seu custo. De qualquer maneira, é bem feito, tem um bom elenco, assusta algumas vezes, desespera outras mais.
Mas como alguém que sofre de claustrofobia, posso dizer que o filme é apavorante, com todos os cubículos que servem de refúgio para o ataque alienígena. Então, se você é como eu, vá por sua conta e risco. Uma vez já foi, sem dúvida, suficiente para mim.